Em um mundo globalizado, não faz sentido crescer no mercado sozinho. Especialmente quando ele está em ascensão, como é o caso da mídia exterior.

Nos últimos meses, coletei alguns dados que nos ajudam a ter noção do quanto o OOH tem crescido mundialmente. De acordo com a Statista, uma plataforma de pesquisa alemã, a média mundial do share do OOH é de quase 5%. Em termos financeiros, isso equivale a um investimento de 40 bilhões de dólares. Quando olhamos para a América Latina, região que possui 8% da população do planeta, o investimento chega a 1,5 bilhões de dólares, cerca de 3% dos investimentos globais.

Abro um parágrafo para me dedicar especialmente ao Brasil. Nós sabemos que o share da mídia exterior brasileira atinge cerca de 10,8%, um número que impressiona o setor no restante do mundo por estar bem acima da média geral. Já a pesquisa Painel Marketing Trends, do Meio & Mensagem em parceria com a Kantar Ibope Media, aponta que 63% dos CMOs pretendem investir mais em OOH em 2024 comparado aos investimentos de 2023. Essas informações nos levam a uma conclusão certeira: há um enorme potencial de crescimento do out-of-home em nossa região.

E por falar em crescimento...

Sabemos que a digitalização está avançada em todo o mundo, sendo um dos propulsores do investimento global. Digitalização não apenas de ativos, mas de processos e de ferramentas que otimizam, auditam e asseguram maior credibilidade ao meio. Aliás, a programática tem protagonizado a vinda de um “dinheiro novo” para o setor. A automação da compra, a segmentação dos anúncios e a flexibilidade que a programática entrega é um dos principais propulsores de crescimento do OOH no mundo.

Não à toa, a ECOSS OOH, plataforma de inteligência de dados e automação de anúncios estáticos e digitais da Central de Outdoor, pioneira no Brasil, foi premiada na categoria “Soluções Tecnológicas”, no Prêmio Alooh deste ano. Cito como exemplo, também, o sistema desenvolvido pela Alemanha, que consegue capturar, em tempo real, a sensação e a emoção de uma pessoa ao passar por um meio estático ou digital. É evidente que há mais chances de sucesso se olharmos o OOH como um meio que caminha ao lado da integração ao mobile e que faz parte tanto do funil de vendas de conversão quanto do de awareness.

Mas o crescimento do meio não se deve apenas ao desenvolvimento da tecnologia. A mídia exterior também tem olhado cada vez mais para a sustentabilidade. Em alguns países, a sustentabilidade tem sido um critério relevante para os CMOs na seleção dos meios de comunicação. No Brasil, podemos citar iniciativas como a campanha para Heineken, exibida pela Hezagono Brasil Publicidade, planejada pela BE 180 e desenvolvida pela Le Pub, do Grupo Publicis. A marca instalou outdoors fotovoltaicos que gelam a cerveja a partir da energia gerada pela luz solar, em um bar do Rio de Janeiro.

Cases como esse exemplificam como unir sustentabilidade e criatividade para valorizar o OOH. E de criatividade o Brasil está cheio! Do digital ao estático, de animações 3D a outdoors mecânicos, o que não nos falta são bons exemplos que encantam os players do setor mundo afora. Nosso potencial criativo aliado a capacidade de padronização do meio, com o formato 9:3, apesar da extensão territorial, nos coloca em posição de destaque mundial.

Nossa mídia é formada pela troca de experiências e pelo aprendizado uns com os outros. Mais do que concorrentes, somos todos elos de um mesmo setor. É cada vez mais evidente a importância de compartilhar informações entre empresas ao redor do mundo para que o OOH siga em constante crescimento. E as associações possuem um papel estratégico nesse sentido. A IBO (Independent Billboard Operators Association), voltada para unir pequenas e médias empresas do setor, sabe como ninguém como promover a profissionalização da mídia exterior, ensinando o beabá de como fazer out-of-home e auxiliando o crescimento do meio ao olhar para todos os lados.

O associativismo estimula as melhores práticas, fomenta a indústria e eleva o profissionalismo do setor, levando as diversas empresas a se unirem em iniciativas e objetivos comuns. E é esta a nossa meta.

Fabi Soriano é diretora executiva da Central de Outdoor