O cenário do design gráfico passa, ou melhor, já passou por uma revolução. Não é novidade para ninguém que a inteligência artificial (IA) transforma cada dia mais a maneira como os designers e as marcas se comunicam.

A ascensão da IA na indústria chegou forte como um boom e trouxe muitas dúvidas, novidades inimagináveis e incertezas aos profissionais. Isso porque, a tecnologia trouxe à tona a capacidade de  automatizar tarefas mecânicas, demoradas e repetitivas, permitindo e entregando resultados em segundos e ainda melhores.

Pode-se dizer que prioridades como o famoso “time is money” (tempo é dinheiro) tornaram-se ainda mais tangíveis com a introdução de ferramentas criativas impulsionadas pela tecnologia. O mais animador é o início de uma jornada que visa personalizar a experiência do usuário, tornando-a altamente relevante para o marketing digital e para a publicidade & propaganda.

Plataformas e ecossistemas criativos que integram IA em suas ferramentas destacam-se ao aprimorar a precisão e relevância dos resultados de pesquisa. Por exemplo, a IA pode ser usada para identificar o que está dentro de imagens e vídeos, tornando as pesquisas mais rápidas e relevantes, na prática tornando a antiga pesquisa por palavra-chave em algo do passado, nas quais se perdia horas na busca da imagem correta, esperada ou adequada.

Com expertise de mercado e atento às inovações do setor e claro, da tecnologia aplicada, analisei o que considero algumas das principais tendências para 2024 em design gráfico com uso da inteligência artificial. Decidi ser específico ao ano e não a mais do que isso, porque com a rapidez com que as coisas mudam, fica difícil saber quais serão as próximas evoluções a longo prazo.

Integração da IA com RA e RV

A integração da IA com a realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV)  moldará experiências mais imersivas e interativas. Os usuários agora podem visualizar projetos de uma maneira mais realista, como adicionar mais sombreado, escolher em qual cidade ou país aquele projeto estará sendo realizado, entre tantas outras opções. Pode ser um pouco assustador, mas voltando aquela incerteza do início, uma coisa eu afirmo: apesar da IA aprimorar até 60% do trabalho  operacional de um designer, o intuito é encontrar o equilíbrio com o talento  humano, que  é  fundamental.

Multissensorialidade

“Qualidade e agilidade” tornam-se palavras predominantes para o setor e a IA é um catalisador dessas entregas. Recursos multissensoriais, como som e movimento, se tornaram tendências com o intuito de proporcionar experiências mais ricas e envolventes.

Responsabilidade e inovação

Com grandes avanços surgem responsabilidades e a necessidade de se reinventar no mercado, além de agir de maneira responsável com o uso da tecnologia. Em um mundo onde a velocidade é um ponto decisivo, a IA acelera a criação com ferramentas de design inovadoras. Adaptar-se às demandas dos clientes por produção mais rápida e eficiente é crucial para a sobrevivência no mercado.

Adaptação a sustentabilidade nos designs criativos

Um ponto importante é o comprometimento crescente das marcas com a responsabilidade ambiental e práticas ESG. Mas isso influencia nos projetos gráficos? Sim. Especialmente nas embalagens. A pergunta que ecoa é: como será o futuro desse compromisso?

O que posso dizer é que o futuro do design gráfico aprimorado pela inteligência artificial é animador, porém, exigirá adaptação e muito jogo de cintura. Estar atento às tendências será fundamental para empresas e profissionais que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar neste ambiente dinâmico e inovador.

Bruno Araújo, diretor-executivo LATAM do Grupo Inmagine