Em painel disputado no SXSW, Ben Stiller - diretor e produtor-executivo da série 'Ruptura' da Apple TV+ - e Eddy Cue - executivo da plataforma - falaram sobre storytelling, conexões humanas, insights sobre a série e a estratégia de lançamento da segunda temporada.
A excelência da obra é incontestável, mas, mesmo com a aclamada primeira temporada, lançar uma segunda leva de episódios era um desafio. Afinal, foram quase 3 anos entre uma produção e outra.
Hoje, com tantas possibilidades de conteúdo e informação, canais e formatos, views consistentes e fiéis representam um ativo valioso na economia da atenção. Segundo o estudo 'Panorama out of home', lançado recentemente pela Be MediaTech OOH, nos últimos 20 anos, nossa capacidade de atenção reduziu de 150 segundos para 47. Ou seja, as marcas e anunciantes precisam cada vez ser mais disruptivos em suas comunicações para captar a atenção das pessoas.
Entre variadas produções e alternativas de entretenimento, como fazer uma campanha se destacar? Filmes, anúncios, social, digital, influenciadores, ativações, parcerias... o cenário exige que se pense fora da caixa (ou dentro dela).
Não basta apenas fazer parte da conversa, é preciso gerar a conversa. Virar meme, inspirar outros conteúdos, reacts no YouTube, perfis de fãs no Instagram.
Então, como impulsionar esse diálogo de forma viva e pulsante?
Essa foi a grande sacada de lançamento para a segunda temporada de 'Ruptura'. Dias antes do lançamento, durante algumas horas, o elenco caracterizado atuou dentro de uma caixa de vidro na Grand Central, estação de metrô emblemática em Manhattan, Nova Iorque.
Na palestra do SXSW com o tema 'Moving culture through innovation and creativity', Ben e Eddy revelaram que a ativação não anunciada proporcionou uma experiência extraordinária aos atores, que puderam se conectar genuinamente com seus espectadores em um momento inédito. A estratégia também foi muito assertiva ao promover uma experiência de marca memorável. Tanto para a produção do filme quanto para a plataforma Apple TV+, o projeto especial gerou resultados excepcionais.
O PR espontâneo foi massivo. Connected Media na veia. Um bom exemplo de mídia out of home alimentando o social e vice-e-versa. No Brasil, muitas marcas já entendem que estar nas ruas de forma icônica aumenta seu potencial de alcance e conversão. Na Be Mediatech OOH, agência líder no Brasil em planejamento de mídia exterior, atualmente, 40% das campanhas já são realizadas atreladas a projetos especiais urbanos.
Há pouco mais de um ano, iniciei minha jornada em um segmento novo no meu repertório profissional: Estratégia de mídia out of home. Sempre me interessei por navegar - e entender - os fenômenos culturais que dão tração às ondas dos modelos de comunicação, descobri - e me surpreendi - com a força e a potência dessa voz das ruas.
O meio é tão relevante quanto a mensagem. E as ruas demonstram ter uma voz própria e muito potente.
Transformar marca em paixão e consumidor em fã demanda trabalho estratégico profundo, envolvendo dados, cultura, gente e o espaço urbano. É preciso olhar, estar e entender a jornada da audiência e do público, onde ele está.
É na rua que a cultura nasce, é nela que se manifesta. Na rua nós nos encontramos como comunidade, nos conectamos com os pares e com os opostos. É onde celebramos, exigimos, exaltamos, exercemos - ou pelo menos deveríamos - nosso direito de ocupar, de ser, de ir e vir.
Essa foi a primeira vez que a Apple TV+ fez uma ativação promocional ocupando as ruas de maneira tão inusitada. Essa ideia disruptiva certamente colocou o show do streaming em outros patamares na cultura pop.
Fernanda Estrella é head de brand experience e insights da Be Mediatech OOH