Trabalhamos numa indústria que cria e constrói marcas. Fazer com que elas cresçam e se estabeleçam no dia a dia das pessoas é um trabalho estratégico e criativo merecedor de respeito e admiração.
É estratégico, pois para assumir um posicionamento é necessário renunciar a centenas de outros. Dá um trabalho danado dizer não às tentações e manter-se fiel ao plano original.
É preciso disciplina para não parar no meio do caminho e coragem para não se desviar dele, mesmo com nuvens escuras à frente.
É criativo, por uma explicação muito simples: é o único atalho que funciona para esse caminho. Ser criativo é a maneira mais econômica, rápida e eficiente de se chegar aos objetivos estratégicos de marca.
Não existe outro. É um acelerador de resultados e temos uma indústria inteira que comprova isso.
Os cases de sucesso estão todos aí e é relativamente simples você estudar o que já foi feito, dissecar a informação, organizá-la e aprender com ela.
Porém, muito se deveria aprender também observando com cuidado os exemplos de marcas que foram desaparecendo e se tornando irrelevantes. Os anti-cases.
Alguns aprendizados sobre os motivos desse fenômeno cada vez mais comum.
Ego.
Muitas vezes o tempo da marca é diferente do tempo das pessoas que formam as equipes responsáveis pela sua comunicação. Saber que se é parte de uma história e colaborar com ela pode ser mais relevante para a carreira do que começar uma história completamente nova.
Distrações.
Mesmo que você jogue 10 laranjas para uma pessoa, ela só terá capacidade de segurar uma, no máximo duas. Mensagens são assim também. Marcas que querem dizer tudo o tempo todo não são pegas no ar.
Invisibilidade.
É cada vez mais comum saber que marcas que desapareceram de nossas vidas continuam investindo em comunicação. E muito. Daí você vai tentar entender o que aconteceu e sempre aparece, como explicação, uma ferramenta mágica, um raciocínio “disruptivo” completamente justificável em planilhas e dados, mas que funciona como um manto de invisibilidade.
Perguntas erradas.
É muito comum a busca incessante pela solução de um problema de comunicação que não deveria sequer ser solucionado. Deveria ser extinto.
Ou a criação de uma campanha que vai em busca de um problema imaginário. Relevante para o bônus, inexistente para os clientes. Você pode até se equivocar nas respostas, mas as perguntas precisam ser as certas. Se uma das vertentes de sucesso da marca é o tempo, ele não pode ser desperdiçado.
Muitas marcas sumiram. Outras acordaram e estão tentando voltar à vida. Como disse acima, o atalho para esse caminho a ser percorrido é criatividade. E nisso também não há invencionices, não há lugar melhor para encontrá-la do que uma ótima agência de publicidade.
Flavio Waiteman é sócio e CCO da Tech&Soul
flavio.waiteman@techandsoul.com.br