Uma quarta-feira comum de ‘uma semana de trabalho’, numa manhã de sol.
Uma piscina olímpica e uns 30 nadadores na faixa etária entre 45-65 anos, ou melhor, executivos, médicos de renome, donos de clínica veterinária, grandes publicitários.
Uma técnica e um apito!
Todos chegam pelo menos cinco minutos antes do início do treino. Se atrasar... leva bronca: “despertador não tocou hoje?”
A técnica fala e todos ficam quietinhos. Se resolveu dar bom dia ao coleguinha do lado... é chamado a atenção: “Quer vir dar aula no meu lugar?”
São diversos exercícios e metragens diferentes. Se não entendeu e pergunta “20 x 100. Para no 100?”, é repreendido: “Está comigo há cinco anos e não sabe ainda?” ou “Não sabe matemática, não?”.
Eis que o nadador que pergunta é CFO de uma empresa reconhecida no mercado.
Ele fica chateado?
Sai da piscina?
Não! Ele sorri e obedece.
E no fim do treino sai feliz para mais um dia.
A técnica é rígida, grita, dá bronca e o número de atletas só aumenta.
Por que todos esses executivos e profissionais de sucesso adoram seu treino? Por que eu saio revigorada e feliz depois de levar tanta bronca?
Se você é um executivo, se tem um time para gerenciar ou mesmo se tem filhos para educar, com certeza, você já teve um dia em que sonhou não ter nenhuma decisão a tomar.
Ser executivo e ainda mais empreendedor, que é o meu caso, significa tomar diversas decisões todos os dias.
Desde as menores, até as que envolvem grandes riscos e retornos.
Quem escolhe essa carreira, em geral, já faz “árvore de decisão”, análise de probabilidades e de “worst case scenario” de cabeça e tende a tomar a liderança em outras situações da vida.
Quem não se viu avaliando cenários e planos de crise para a escola dos filhos durante a pandemia? Ou sugeriu soluções no condomínio e depois se questionou “por que fui me meter nisso”?
Fato é que, apesar de adorar o que faço, decidir cansa.
Conversando com amigos percebi que não sou só eu que quero, em algumas situações, voltar à infância.
Ter alguém que me treine, puxe meu melhor, me diga que posso mais e ainda que dê bronca e decida por mim.
É claro que a endorfina do esporte ajuda e o sorriso no rosto é um misto entre biológico e psicológico.
Esporte e treino ajudam, e muito, na liderança! A disciplina, a recompensa depois do esforço e o aprendizado constante são elementos fundamentais no dia a dia de um empreendedor.
Como sempre digo “É 10% inspiração e 90% expiração”.
Ninguém constrói nada sem muita dedicação e disciplina.
E o técnico nessa história é aquele que te recebe, estimula e apoia! Dá bronca, puxa a orelha, mas é tudo com um único objetivo: fazer com que você seja um atleta melhor!
Se você ainda não experimentou um técnico e um apito, recomendo!
PS: Uma homenagem carinhosa à técnica Adriana Silva – natação master Hebraica – que extrai o melhor de nós.
Sabrina Nudeliman Wagon é CEO da Elo Studios