Se ainda não chegou ao fim, a longa corrida entre uma tartaruga Boticário e um coelho Natura parece estar próxima de. Enquanto a Natura segue amargurando as consequências de sua ganância absurda e aquisições patéticas, e das quais se arrependerá para sempre, o Boticário, colocando um pé de cada vez e caminhando para frente com sensibilidade e segurança, foi tomando conta do market e do mind em seu território de atuação.

Assim, com total justiça e maior merecimento, o Boticário acaba de ser eleito como a Empresa do Ano, na premiação da revista Exame “Melhores do ESG de 2024”. E ao justificar a escolha, Exame diz: “A consistência da estratégia de negócios que alia o crescimento à sustentabilidade fez do Grupo Boticário a empresa do ano em ‘Melhores da ESG de 2024’. É o reconhecimento a uma companhia que não trata sustentabilidade como perfumaria. Coloca as práticas ambientais, sociais e de governança no centro de uma estratégia de negócios das mais ambiciosas”.

E os números mais que falam por si. De 2013 a 2023 o Grupo Boticário multiplicou seu faturamento por quatro, fechando 2023 com receitas superiores a R$ 30 bilhões...

Em seu agradecimento, os sócios Miguel Krigsner e Artur Grynbaum disseram: “Nossa essência continua a mesma. Nascemos para fazer negócios do jeito certo. Reverenciamos o passado, mas temos um olhar para o futuro...”.

A corrida ainda não chegou ao fim, e talvez até não faça tanto sentido estabelecer-se uma comparação. Mas o Brasil testemunhou com muita alegria e admiração as duas empresas nascerem num mesmo momento, crescerem, desenvolverem-se prosperarem e, de certa forma, torcia para as duas.

Até o dia em que a Natura decidiu atalhar, cortar caminho, e saltar na frente. E hoje, como todos sabem, deu no que deu. Patina sobre uma crise descomunal.

Placar atualizado. Em 10 anos – 2013/2023, o Boticário multiplicou seu faturamento por quatro, fechando o balanço do ano passado com uma receita superior a R$ 30 bi, um crescimento de 30,5% em relação a 2022.

Enquanto a Natura, R$ 26,7 bi.

2 – “Eu não tenho nada com isso... Sou apenas a ponte...”

Não era exatamente essa, mas, na prática, sim, essa é a resposta por omissão que os principias marketplaces em atuação no Brasil davam.

Vendiam produtos roubados ou contrabandeados e na hora do vamos ver saltavam fora...

Semanas atrás, uma vez mais, dois dos principais marketplaces foram notificados e advertidos pela Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça para pararem de servir, simulando inocência, de “mulas”. De possibilitarem, pelo anúncio, transporte e entrega, de produtos roubados ou contrabandeados.

Amazon e Mercado Livre seguiam vendendo produtos em condições irregulares, e tiveram, e comprometeram-se a tirar do ar, parar de vender, todos os anúncios dos principais vendedores dos chamados “bagulhos”.

O MEQ – Marketing de Excepcional Qualidade – repudia, condena e denuncia esse tipo de prática. Particularmente mais grave, porque cometidas por organizações gigantescas com todas as possibilidades tecnológicas capazes de evitar que essas práticas prosperassem.

Segundo dados divulgados recentemente pela Abinee – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – a venda de celulares contrabandeados não para de crescer.

No ano passado, um crescimento de 77% totalizando o número de 6,2 milhões de aparelhos.

Simplesmente lamentável e inaceitável que empresas gigantescas e prósperas fechem os olhos ao que se passa, de forma intensa e recorrente, por suas plataformas.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing
fmadia@madiamm.com.br