Aproveitando-se do excepcional e espetacular momento em que sobram pontos comerciais nas principais ruas e avenidas do Brasil, e seu inimigo Casino – leia-se Pão de Açúcar – é colocado à venda, o Carrefour revela sua estratégia de abrir uma vantagem abissal sobre todos os seus demais concorrentes. Multiplicando aos milhares as Carrefour Express, e colocando um Sam’s Club ao lado de todas as novas lojas de hipermercado. Atraindo clientes, e os tornado sócios do Sam’s. Venda e Loyalty literalmente lado a lado.

Carrefour na sua esquina. Agora a guerra é pra valer e a cada quarteirão. Sentindo a invasão tímida, há décadas, de empresas como a rede espanhola Dia Supermercados – hoje com mais de 1.000 lojas entre São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Minas e Bahia, e mais recente e acelerada com a mexicana Oxxo, em menos de dois anos com 325 lojas no Brasil e um total de 21 mil na América Latina –, o Carrefour decidiu mergulhar de vez na Sharing Economy, onde se cresce com e por parcerias – crescer exclusivamente com recursos próprios e organicamente leva tempo e depois será tarde demais –, e decidiu ir para as cabeças, partindo de forma fulminante para migrar mercadinhos independentes para sua franquia.

Não para aí. Em paralelo e simultaneamente, decidiu, também, levar sua mais nova propriedade, o Sam’s Club, a todas as novas lojas de sua rede de hipermercados. E, por outro lado, aproveitando-se sabiamente de um momento de fraqueza infinita do Casino, leia-se Grupo Pão de Açúcar, a ordem, no também grupo francês do Carrefour, é ocupar de forma acelerada, consistente e eficaz o mercado. A maior parte possível. Se possível, todo o mercado!

Diz João Gravata, diretor de proximidades do Carrefour, “O plano é abrir lojas franqueadas com área de vendas de 15 a 200 metros quadrados, em ruas, condomínios residenciais e escritórios, com investimentos de R$ 150 mil...”. Não será criada uma nova marca. Todos os novos parceiros do Carrefour serão sinalizados, protegidos e abençoados, com a marca de sua rede de pequenos supermercados, a Carrefour Express.

Isso posto, repetindo pela enésima vez, já vivemos na plenitude a SEKS, Sharing Economy, e Knowledge Society. A sociedade onde o capital é o Conhecimento, em seu maior, amplo, e completo entendimento, e a forma defazer negócios, crescer e prosperar, é mediante Sharing, parcerias.

O Carrefour é reconhecidamente competente – Tem o Capital Conhecimento – e adota o formato Sharing como alavanca maior para seu vigoroso e acelerado crescimento. Como tenho comentado com vocês, empregos desaparecem quase que por completo, e daqui para frente a maioria dos negócios, será constituída e realizada mediante Parcerias.

Por outro lado, e falando o mesmo francês...

Depois de judiar, fazer sangrar, ferir mortalmente sua “joia da coroa” no Brasil, o Pão de Açúcar, depois de jogar terra, fumaça, mediocridade, no melhor programa de fidelidade do Brasil, o Pão de Açúcar Mais, finalmente o Grupo Casino joga a toalha e coloca à venda o próprio Pão de Açúcar.

Ainda presente na memória de todos a batalha absurda entre Jean-Charles Naouri, o todo poderoso do Casino, e Abilio Diniz, naquele momento profundamente arrependido da venda da empresa de sua família aos franceses.

No mesmo momento que o Casino anunciava ter colocado à venda o Pão de Açúcar no Brasil, o GPA fez um comunicado ao mercado confirmando essa decisão...” GPA – Grupo Pão de Açúcar é um ativo que poderá ser vendido como parte do plano de três anos de venda de ativos do Grupo Casino...”.

Jean-Charles Naouri confirma o que os conhecem e sempre diziam: ótimo pra comprar empresas, pra fazer negócios, péssimo em manter esses negócios vivos e saudáveis. Como dizia o professor Costinha, nas aulas de medicina legal, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, não é impotente coeundi, mas segue impotente generandi...

Enquanto isso o Carrefour dispara na liderança... Mais que merece!

Francisco Alberto  Madia de Souza é consultor de marketing
fmadia@madiamm.com.br