Se temos uma certeza em relação ao processo de retorno ao que costumávamos chamar de cotidiano, é que a insegurança vai se fazer presente a cada instante, a cada interação, seja com lugares, objetos ou pessoas. 

Afinal, quem nos garantirá o que aconteceu com aqueles lugares, objetos, ou pessoas, nos momentos antes do nosso contato? 

Alguns aplicativos se propõem a identificar quem tem ou teve o vírus, se está na distância permitida… Mas, sem ser exageradamente preocupado, não acredito que isso será suficiente nos primeiros meses. 

E quanto mais inseguros estamos, mais nos refugiaremos nos lugares, objetos, pessoas ou marcas que nos transmitem segurança. Nas quais confiamos. 

Importante ressaltar que, neste momento específico, o passado de cada um de nós e de cada um desses players – lugares, empresas, marcas – dá uma vantagem, mas não uma garantia perene. 

O que fazer? 

Antes de mais nada, transparência. Informação. Fazer saber o que está sendo feito na tentativa de reduzir ao máximo os riscos. E isso vale para equipes internas, parceiros, clientes. Todos os públicos. 

Se possível, contatando diretamente seus clientes ou consumidores, anunciando como se fosse o “lançamento do ano”. O investimento nessa retomada terá de mostrar o que está “à venda”, e também como está a venda. 

E o que pode ser feito passa por tecnologia, por vigilância, por cuidados extremados, pelo excesso de zelo, por treinamento impecável, por não aceitar transigência às regras previstas para garantir a segurança.

Não será fácil. Sempre fomos avessos às regras. Tomara que o isolamento social nos possa ter ensinado que seguir regras, aceitar limites, não tira poder. Ao contrário, neste momento atual, e no futuro, atender às regras é o que abre possibilidades para todos. 

Essa atitude, proativa, de garantir segurança e dar publicidade ao que está sendo feito, vale para o supermercado referência, para a loja de bairro, para a manicure, para o médico, para o restaurante, para o produto que está na prateleira, de qualquer mercado ou loja. 

Difícil? Com certeza. Mas quando pensamos no que fazer e como fazer, já teremos, espera-se, passado o pior momento. 

O lado bom é que o cuidado extremado com o cliente pode, e deve, tornar-se mais um asset e valor para marcas, empresas, comércio, profissionais e todos aqueles que sabem, hoje mais ainda, a importância de um cliente fiel.

Esse artigo faz parte da série “Sabemos que vamos mudar, mas como isso vai acontecer na prática?”, que traz reflexões, aprendizados e transformações trazidas por esse momento inédito da pandemia. O conteúdo é assinado por Marco Antonio Vieira Souto, Head de Estratégia do Grupo Artplan.