Apesar de vivermos em tempos de demanda reprimida devido às questões estruturais da economia global, o consumidor tem por natureza o desejo latente de comprar.

No Brasil não é diferente. Não só pelas necessidades dos artigos básicos, mas também pelas indulgências, tão escassas nas classes CDE, que já foram identificadas como nova classe média brasileira.

No próximo dia 15, o mercado celebra o Dia do Consumidor. Esse agente essencial e protagonista dos negócios em todas as escalas, dos bens de capital ao feijão nosso de cada dia, precisa de um olhar mais adequado devido a sua importância na cadeia produtiva nacional. Em síntese: todos são consumidores, independentemente do poder de compra.

A publicidade propõe há algum tempo que essa massa que deixa nos checkouts a remuneração à indústria e varejo seja realmente consumer centric. Manter o consumidor no centro é ter consciência de que ele tem o livre-arbítrio para adequar aos seus recursos suas necessidades. Quando auxílios oficiais são liberados, como o emergencial no início da pandemia, o impacto é sintomático, pois é revertido automaticamente à economia.

A icônica Salles Interamericana, agência dos irmãos Luiz Salles e Mauro Salles, usava o slogan Agência do Consumidor nas suas campanhas de posicionamento. E não era só texto! Era uma postura real desses profissionais que deixaram um legado para a responsabilidade da propaganda ser um instrumento de persuasão do consumidor. A Salles foi pioneira e exemplo em advogar os interesses de quem paga a conta.

O Dia dos Direitos do Consumidor foi instituído nos Estados Unidos, em 1962, por John Kennedy. A ONU seguiu o presidente americano ao se alinhar a esse conceito em 1985. No Brasil, as prerrogativas dos consumidores foram asseguradas pela Lei nº 8.078, de setembro de 1990, que entrou em vigor em março de 1991.

Todo mundo quer vender, mas, com a retração, ninguém quer sair comprando inadvertidamente. Ou, pelo menos, não pode ir às compras com o apetite que gostaria.

Fato: a publicidade usa seus artifícios de sedução para capturar o interesse das pessoas. As marcas têm feito esforços para reduzir custos de embalagem (com refil, por exemplo) e oferta de preços compatíveis com a realidade do momento. Por outro lado, a conjuntura econômica, como preços de logística, aumento do dólar e elevação do petróleo, não deixa essa conta fechar a contento.

Para os consumidores, que vivem essa condição inédita de ser protagonista, o retorno acontece apenas com a prestação de serviços adequados e sob medida. O fenômeno centric consumer é reflexo das redes sociais, que automatizaram sua inquietude. Simplesmente, o consumidor não é mais passivo. Mas não é um mero algoritmo. Ele ficou empoderado e pode detonar uma marca nos canais abertos às suas opiniões: Twitter, WhatsApp, Facebook e Instagram, por exemplo. Para o bem. Ou para o mal.

Sites de reclamação como o Reclame Aqui desconstruíram a pose de algumas empresas. O Procon também expõe no seu site quem ainda está na era impositiva. Ter uma equipe de relacionamento interna e especializada é essencial para que as respostas sejam rápidas e assertivas.

Na era do e-commerce, uma entrega não realizada deveria gerar reembolso imediato do valor investido ao consumidor. Algumas marcas só concedem o estorno quando o cliente faz uma nova compra. Ou obrigam o consumidor a aguardar a emissão de uma nova fatura do cartão. Não faz sentido!

A ideia é resolver com solução imediata para fidelizar e não afastar os clientes dos seus PDVs.

Campanhas de vendas no Dia do Consumidor serão vistas nos canais de mídia. Porém, o importante é que a data fomente reflexão para propiciar relevância à experiência e compras conscientes.

A importância de uma gestão ímpar para interagir com o público também permite identificar oportunidades de negócios. Na era dos dados, o quem é quem está à distância de um click. Robôs roubam o tempo precioso de quem deseja profilaxia imediata.

O consumidor é a voz das marcas. Isso pressupõe que ele ocupe o palco como protagonista e tenha tratamento VIP. Mantê-lo no foco do holofote vai garantir sua reciprocidade. E não sua rejeição. As releituras que as marcas fazem dos seus SKUs trazem inovação. A Kibon lançou em setembro de 2021 versão vegana para a linha Magnum. Isso é bom e bem-vindo!

Inovação é serviço. Mas deve ser precedida de movimentos capazes de orquestrar uma relação de ganha-ganha entre marcas e consumidores.

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Especial Dia da Mulher
Neste Dia Internacional da Mulher, o PROPMARK preparou um especial que retrata a mulher como profissional e mãe. Dessa pauta surgiram consultorias que apontam que elas se tornam melhores líderes após a maternidade. Nesta edição, o leitor vai ver ainda como as marcas estão conduzindo a gravidez e todos os detalhes que implicam o assunto.

Nas agências, a reportagem encontrou vários programas concentrados no bem-estar das profissionais mães. A grande maioria apoia a maternidade para que a mulher continue a se desenvolver, apesar de todas as tarefas atribuídas a ela no dia a dia.

No passado muitas delas até escondiam que tinham filhos para arrumar ou se manter no emprego. Ainda hoje há um número grande de mulheres que deixam o trabalho por conta da maternidade ou passam por situações preconceituosas por causa dos filhos. Os conflitos são muitos, mas há movimentos para apoiar essas mulheres, como algumas plataformas que incentivam o orgulho de ser mãe. A consultoria de impacto Filhos no Currículo e a comunidade Mãellennials estão entre os exemplos.

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Programação nova
Enquanto outras emissoras ainda fazem segredo sobre a nova programação, o SBT está a mil com as estreias. O canal de Silvio Santos aponta para muitas novidades, entre elas, na área digital. Carolina Gazal, head de digital do SBT, afirma que são muitos projetos. Segundo ela, no universo dos games, o sucesso e reconhecimento conquistado frente às comunidades em cada um dos campeonatos que organizaram em 2021 (Fortnite, Fifa, Valorant, Mortal Kombat, LOL Mobile e Warzone) será ainda maior neste ano.