A transformação digital não é apenas sobre tecnologia, mas sobre mentalidade. A evolução das estruturas de mídia dentro das grandes organizações deixa isso claro. O que começou como um esforço pontual por mais performance, hoje se consolida como uma operação robusta, estratégica e, acima de tudo, inteligente e mais humana.
O amadurecimento dos modelos in-house, com times próprios operando toda a cadeia de mídia digital nas mais diversas jornadas, representa mais do que um ganho operacional. É a consolidação de uma cultura orientada por dados, na qual decisões táticas e estratégicas nascem da integração entre tecnologia, pessoas e objetivos de negócio. Nesse modelo, cada etapa deixa de ser apenas execução e passa a ser aprendizado quase que em tempo real, contribuindo para um ciclo virtuoso de melhoria contínua.
A digitalização acelerada nos últimos anos trouxe consigo a necessidade de mais agilidade, personalização e inteligência. E isso exigiu um novo tipo de estrutura: multidisciplinar, conectada e capaz de olhar para performance não só como resultado, mas como processo vivo, interconectado com diversas áreas.
A capacidade de otimizar campanhas em tempo real, cruzar dados on e offline e tomar decisões baseadas em modelos estatísticos e indicadores mais profundos. Um exemplo é como valor de ciclo de vida do cliente e impacto causal que mostra o quanto essas operações estão deixando de ser suporte para se tornarem o ponto foco do negócio.
Mais do que eficiência, trata-se de relevância. Os modelos que combinam criatividade, automação e análise preditiva permitem que uma marca fale com a pessoa certa, no momento certo, com a mensagem certa. E isso, em um cenário de sobrecarga de estímulos e atenção fragmentada, faz toda a diferença.
Ao internalizar processos, reduzir intermediários e apostar em inteligência própria, essas estruturas ganham autonomia para acelerar a inovação. O investimento em tecnologia deixa de ser custo e vira diferencial competitivo. O tempo economizado com fluxos manuais é redirecionado para o que realmente importa: estratégia, criatividade e crescimento.
No fim, o futuro da mídia não é só mais digital. É mais conectado, mais eficiente e, principalmente, mais humano. Afinal, entender dados é entender pessoas. E entender e ouvir cada vez mais as pessoas é o que move qualquer marca relevante.
José Marcelo Rossi é head de mídia e performance do Bradesco