O início de ano é um momento crucial para estabelecer metas, planejar estratégias, prospectar novos clientes e apostar nas novas tendências de mercado.

No segmento empresarial, estabelecer essa aproximação com o nosso público, desempenha um papel fundamental na busca por oportunidades de negócios e na expansão das bases de clientes. Nesse cenário, a ‘data science’ que em sua tradução literal significa ciência de dados, junto a ferramentas de inteligência artificial (IA), podem ser uma ótima aliada na otimização e automatização de processos.

A capacidade dessas tecnologias em analisar grandes volumes de dados, identificar padrões complexos e prever comportamentos do consumidor, traz insights valiosos na aprimoração das estratégias de aquisição de clientes e de novos projetos. Os dois recursos, quando utilizados de forma inteligente, podem ser instrumentos facilitadores que desempenham a eficiência na precisão de identificação, segmentação e abordagem de leads promissores, além de transformar essa busca em uma atividade mais estratégica e orientada.

O principal desafio nesse sentido é o momento da conversão, que nada mais é que transformar essas ‘big datas’ em dados utilizáveis. Sabemos que ter somente um aglomerado de informações não torna a estratégia mais eficaz, então saber distinguir a sua relevância e o que eles significam, é uma atitude indispensável na captação desses elementos.

Segundo a pesquisa realizada pela Wave Stone, quase 90% das empresas pretendem investir nessa área e mais de 80% aumentarão os investimentos em ciência de dados e IA.

Como minha empresa pode embarcar nessa trend tecnológica?
Você já deve ter ouvido falar do termo ‘clustering’, e se te soa estranho, a palavra se refere ao processo de agrupar um conjunto de itens ou dados em grupos distintos com base em características semelhantes. Um exemplo mais prático disso, são plataformas de música como o Spotify, em que a ferramenta reúne diferentes grupos que curtem estilos musicais variados e que se reúnem no serviço de streaming fortalecendo o movimento da música. Consequentemente, os algoritmos de clustering são os que trazem informações relevantes do seu público-alvo e são importantes para extrair esses insights para tomadas de decisões. Isso é o que chamamos de segmentação de mercado.

Com esse público ou nicho definido, essa análise permite ainda identificar as características comuns dos clientes que mais têm chances de fazer match com a sua marca e produtos, permitindo a criação de um perfil (ICP - Ideal Customer Profile). O que impulsiona a busca por leads mais persuasivos.

E não para por aí, a análise preditiva pode indicar quais desses leads têm o maior índice de conversão, por meio de indicadores de históricos comportamentais. Além disso, podemos trazer dados externos que variam desde informações demográficas, dados econômicos e tendências do setor, enriquecendo a compreensão do mercado proporcionando uma visão mais holística do processo.

Esses avanços tecnológicos podem ser considerados como o ‘petróleo’ do século XXI. Podemos extrair, refinar e valorizar todas as informações, que variam desde o monitoramento de redes sociais e canais de comunicação, até análise de funil de vendas. É o que cita a pesquisa sobre o futuro do marketing, realizada pela Gartner, consultoria global especializada em realizar análises e tendências de mercado.

Para a empresa a previsão é que até o ano de 2026 mais de 80% dos talentos criativos irão utilizar ferramentas de inteligência artificial e ciência de dados que podem impulsionar o setor e tornar o trabalho ainda mais criativo, ampliando os resultados do negócio.

Apesar das vantagens existentes, toda essa transformação também gera desafios, levando as empresas, e principalmente a sociedade, a se questionar sobre as consequências da expansão tecnológica e a ‘dependência em massa’ que esses tipos de recursos podem ocasionar.  Além disso, será necessário a implementação de estratégias cada vez mais aproximadas e que conversem com o nosso público.

Em meio às transformações digitais onde a maioria das atividades é realizada de maneira artificial, a ‘humanização’ de processos é um debate que deve também fazer parte das organizações.

Fernando Dineli é head de estratégia da Roda Trade