Qualquer manifestação, por menor que seja, de discriminação, preconceito, racismo, e todas as demais manifestações carregadas de ódio, estupidez, burrice e/ou ignorância, são inaceitáveis.

Nas empresas, esse tipo de comportamento precisa ser denunciado e eliminado no ato. Muitos dirão, não é fácil... E não é. Outros, mas até ontem era permitido... Sim, até ontem. Agora não e nunca mais. Fim.

Já deveria ter terminado séculos atrás. Nem mesmo deveria ter existido ou acontecido. Portanto, fim e que todos nós, definitivamente, aprendamos a respeitar todos os demais seres humanos como queremos e gostaríamos de ser respeitados.

Nenhuma empresa não pode nem ignorar nem conviver com uma situação que fragilize, ofenda e constranja algum de seus colaboradores. Se a empresa não deixar bem claro que não concorda, mais que isso, que renega, condena e pune
todos os que discriminam, por e eventualmente melhores funcionários que sejam, vai perder, merecidamente, na sociedade, no mercado, e, claro e também, na Justiça.

Todos os dias, em dezenas de julgamentos na Justiça do Trabalho, por exemplo, de cada dez ações em nove as empresas são condenadas a pagarem indenizações por omissão inaceitável.

Ilustro com algumas situações concretas.

  • Diretor administrativo de uma empresa de autopeças, “brincando”, fazia saudações nazistas a um funcionário judeu. Empresa condenada a indenizar o funcionário em R$ 65 mil.
  • Mulher negra sofreu injúria racial na cidade de Porto Alegre.

O dentista da empresa, no consultório, brincava com a mulher dizendo coisas do tipo: “quem tem perfil para juntar lixo agora encontra-se sentada em minha cadeira...”. Mulher negra indenizada simbolicamente em R$ 5 mil.

Multinacional de tecnologia condenada a pagar uma indenização de R$ 18 mil a profissional transgênero. Recusava-se a adotar o nome social do funcionário no crachá.

Frigorífico do triângulo mineiro condenado a indenizar uma funcionária transexual, que foi abusada por seu gerente dizendo que ele merecia mesmo era ocupar uma posição no abate pela força de seus músculos...

E todos os dias, em todo o Brasil, decisões semelhantes são tomadas pela Justiça.

Assim, durante toda a transição para uma nova cultura, repito, a empresa não pode deixar a menor dúvida que recusou-se, de forma afirmativa e escancarada,
a conviver com qualquer tipo de discriminação.

Não existe alternativa. É isso ou é isso. E que ninguém venha dizer que estão exagerando. Exagero e crueldade infinita era o que acontecia até ontem, e eventualmente ainda acontece em muitos lugares e momentos.

Mas... Não tem, mas... Fim!

Ouço com frequência as pessoas dizerem, Madia, como o mundo está chato. Eu também já disse isso anos atrás.

Chato, vergonhoso, lamentável e inaceitável é continuarmos procedendo, preconceituosamente, como fizemos a vida toda.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing
famadia@madiamm.com.br