Imagino que você já esteja com a cabeça voltada para 2024, não? Estamos entrando no último mês do ano e, junto com a correria de fechamento do período, vêm os planos para o ano seguinte.

Vou ser direto e reto: ESG faz parte dos seus planos? Vamos entender bem a pergunta. Colocar ESG nos planos não significa necessariamente pensar em grandes aportes financeiros ou planejar atividades complexas.

Significa colocar as questões ambientais, sociais e de governança no radar. Esse radar pode estar virado para dentro da sua empresa, pensando em como estabelecer formas mais conscientes de usar recursos naturais, por exemplo. De onde vem a água que sua empresa consome, como ela é consumida?

Cabe aí a troca de equipamentos, como torneiras, por modelos que garantem menos consumo? E a questão da energia? Será que sua empresa se aplica ao Mercado Livre de Energia? Se sim, a migração pode gerar economia de 30% ou mais na conta da energia.

Atualmente, a limitação para migrar para o Mercado Livre é um patamar mínimo de consumo equivalente a 500 kW e consumir em alta ou média tensão, mas em 2024 essa limitação vai diminuir para um mínimo de 2,3 kW, o que vai possibilitar a entrada de pequenas e médias empresas.

Já está no seu radar essa possibilidade? E a questão de resíduos? Vocês já se preocupam com uma coleta adequada, separando orgânicos de recicláveis? Vocês pensam em contratar serviços de gestão desses resíduos?

E na área social, vocês já praticam Diversidade, Equidade e Inclusão? Já têm um código de ética e conduta prevendo respeito total entre a empresa e seus colaboradores, coibindo qualquer tipo de preconceito e criando um ambiente amigável para receber minorizados, como pessoas pretas, PCDs, LGBT+?

Já há igualdade de gêneros entre os colaboradores, inclusive em cargos de liderança? Pensando em governança, como é a relação da sua empresa com stakeholders?

Há empatia ao determinar condições de contratação de fornecedores, pensando em prazos exequíveis e prazos de pagamentos adequados?

Há a preocupação em seguir as práticas éticas em todas as relações? Está tudo formalizado e legalizado? Pois é... muita gente ainda não sabe muito bem como começar a aplicar os princípios ESG na sua empresa.

É só reler este texto. Tenho dito que aplicar ESG nada mais é do que preservar as melhores práticas de administração, procurando alcançar resultados financeiros expressivos, sem, porém, impactar negativamente o meio ambiente ou seus stakeholders. Simples, assim!

É claro que para empresas com processo fabril ou de logística mais complexa, as variáveis são outras, mas, de forma geral, há ainda uma tendência em imaginar ESG como um bicho de 7 cabeças. Não é!

O importante é colocar no radar e pensar numa administração que tenha essas variáveis como pano de fundo para todas as atividades da empresa.

Antes de fechar o planejamento, colocar uma lente em cada atividade prevista e fazer 3 perguntas básicas: 1- Qual o impacto ambiental dessa atividade?; 2- Qual o impacto social?; 3- Quem são os stakeholders envolvidos e como estou lidando com eles?

Se as respostas a essas perguntas estiverem em sintonia com a observância às melhores práticas, maravilha! Se não, o que fazer para um alinhamento?

Repito: o importante é colocar no radar. Não é preciso fazer tudo já, mas é necessário ter a intenção genuína de adotar essas práticas ao longo do tempo, melhorando sempre.

Além de olhar para dentro da empresa, precisamos também mirar o radar para fora, vislumbrando formas de se engajar a causas sociais e ambientais, contribuindo para um mundo melhor.

Em 2024, estaremos a apenas seis anos de 2030, deadline para o Pacto Global, que prevê a reversão da crise climática e a adoção de uma atitude em prol dos 17 ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Muito bem, pelo seu bem e de toda a sociedade, você está engajado? Pense nisso!

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
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