O conceito de Creators Economy, ou Economia dos Criadores, chegou para ficar no mundo dos negócios. Basicamente, o termo entende a possibilidade - e, mais do que isso, a força - de criadores de conteúdo produzindo receita financeira através de seu trabalho com a internet. Estima-se que a Economia dos Criadores movimentou cerca de R$ 6,5 bilhões no ano passado, de acordo com a CB Insights.

Os números não param por aí. A empresa SignalFire acredita que, em breve, 50 milhões de pessoas vão se considerar criadoras de conteúdo em todo o mundo. Pesquisa recente da Nielsen mostrou, ainda, que existem cerca de 500 mil influenciadores digitais no Brasil com mais de 10 mil seguidores no Instagram. Ao mesmo tempo, estudo do Instituto Qualibest mostra que 76% dos respondentes já compraram algo por meio de indicação dos criadores de conteúdo.

Entendo que esses dados estão diretamente relacionados, uma vez que o movimento financeiro dentro da Creators Economy brasileira ainda se baseia, em grande parte, nas parcerias pagas com marcas. A famosa publicidade - ou #publi. De acordo com a pesquisa Creators e Negócios, feita por Youpix e agência Brunch, 60,8% dos criadores têm na parceria com marcas sua principal fonte de receita. Quando falamos de criação de conteúdo, o Brasil tem um terreno extremamente fértil em comparação com outros países da América Latina e até mesmo com o restante do mundo. Temos grandes personalidades, criativas e dedicadas a empreender na internet, mas nem todos sabem que podem fazer seu conteúdo trabalhar por eles em vez de limitar-se à necessidade de atrelar sua imagem a muitas marcas ou de produzir um volume alto de conteúdos e publis para conquistar independência e estabilidade financeira. A explicação é simples: redes sociais como Facebook e YouTube trabalham com um retorno financeiro extremamente vantajoso para os criadores de conteúdo. Mas é claro que cada rede social possui algoritmos específicos e, mais do que isso, políticas que estão em constante mudança.

Por isso, através de tecnologia artificial, análise de dados e uma edição cuidadosa de conteúdos em vídeo, é possível otimizar um mesmo conteúdo para duas ou mais plataformas diferentes, adaptando formatos para cada uma das redes sociais. Há pouca sobreposição de público entre as plataformas, portanto, estar fora de algumas das redes mais importantes da atualidade ou criar o conteúdo errado para alguma delas equivale a perder não apenas renda, como também relevância. E esses são pontos-chave na gestão de um negócio sustentável.

Dicas objetivas são igualmente importantes na hora de identificar quão saudável financeiramente está um negócio de criação de conteúdo e como otimizar a rentabilidade. Tópicos como manter uma agenda consistente de conteúdos, analisar os números de audiência periodicamente, saber os objetivos e o posicionamento dos canais e cuidar da relação e do engajamento com a comunidade devem estar sempre na mente do criador de conteúdo. Estamos falando de uma indústria bilionária que segue em crescimento. É por isso que na Jellysmack chamamos a atenção para a importância de os criadores diversificarem sua presença nas redes sociais e, com isso, suas fontes de renda, olhando para seu conteúdo como um empreendimento que, com o passar do tempo, precisa se adaptar e inovar. A parceria paga com as marcas deve ser mais um pilar, e não o único, desse modelo de negócio que está em constante evolução.

Bruno Belardo é head da Jellysmack para a América Latina