Como basicamente todo início de ano, 2024 começa cercado de expectativas. A esperança de um novo ano melhor faz parte da cultura popular. Mas, no mundo dos negócios, números, cenário econômico e planejamento influenciam o jogo. No mercado publicitário, as perspectivas são positivas. A começar pelos dados da última pesquisa da Warc, que revelou que os investimentos globais em publicidade devem ultrapassar US$ 1 trilhão pela primeira vez na história, representando um crescimento de 8,2% sobre 2023.

No mercado brasileiro, o setor fechou os primeiros nove meses do ano passado com faturamento de R$ 14,9 bilhões, o que significa um avanço de 9,8% na movimentação de mídia no país entre janeiro e setembro, segundo o último relatório do Cenp-Meios. No mesmo período de 2022, o investimento foi de R$ 13,6 bilhões. Outro indicativo foi trazido pelo recém-lançado estudo “Líderes de negócios e perspectivas para 2024”, feito pela Data-Makers com a CDN, que mostrou que os CEOs estão otimistas pelos próximos 12 meses.

Para sentir o pulso da indústria de comunicação brasileira, o propmark ouviu alguns dos principais agentes do tripé agências, anunciantes e veículos. Em especial nesta edição, os executivos compartilham suas expectativas para os próximos meses e fazem também um balanço de como foi o ano de 2023.

Sócio, copresidente e CEO da Africa Creative - uma das agências de maior protagonismo no ano passado, ganhadora de 15 Leões no Festival de Cannes e escolhida como a Agência de Propaganda no Prêmio Melhores do propmark -, Márcio Santoro explica que 2023 foi um ano muito importante, começando com sua volta e de Sergio Gordilho como sócios e a mudança do nome da Africa para Africa Creative.

“Em 2024, queremos continuar crescendo dentro de nossos clientes, que, para a gente, é nosso principal resultado”. Santoro também destaca um asset fundamental da propaganda, que precisa ser sempre lembrado e reverenciado: “Criatividade é nosso negócio, é nela que sempre focaremos”.

O sentimento positivo que toma conta deste início do ano foi confirmado também pelos anunciantes ouvidos pela reportagem para o especial Perspectivas 2024, que ressaltaram que esperam por um ano pautado por inteligência artificial, ESG, rentabilidade, criatividade e experiências. Porém, os executivos não deixaram de ressaltar que também estão se preparando para um ano desafiador.

No setor de varejo, o Mercado Livre aposta em um ano “rentável e sustentável”. Cesar Hiroaka, diretor de marketing da empresa, explicou que entre os planos está a conquista de mais market share com foco em aumentar o espaço do e-commerce no país, onde a penetração do setor é de 14%, enquanto nos Estados Unidos é de 25% e na China, 40%.

“Em 2024, nossa expectativa é seguir crescendo de forma rentável e sustentável, contribuindo para o desenvolvimento de empreendedores e empresas que atuam em nossa plataforma com geração de renda e receita. Acreditamos no potencial do Brasil e enxergamos espaço para crescimento do e-commerce no país. Sabemos que há mais espaço para crescer, o que nos deixa ainda mais otimistas”, ressaltou ele.

No segmento de out-of-home, terceira mídia em faturamento publicitário no Brasil, com 9,9% de share, atrás apenas da TV e da internet, o desafio se concentra em melhorar a mensuração, a padronização nos modelos de atribuição de audiência, a personalização e o alcance de campanhas.

O meio também apresenta novidades com a eleição da nova diretoria da ABOOH (Associação Brasileira de Out-of-Home) para o biênio 2024/25. Felipe Viante, da B.Drops, substitui Felipe Forjaz na presidência da entidade (veja matéria nesta edição).

Frase: “Meu conselho aos jovens jornalistas é que digam a verdade, mesmo que ela seja difícil de descrever.” (Mario Vargas Llosa, Estadão de 17/12/23).

Armando Ferrentini é publisher do propmark