O live marketing vem num processo de evolução contínua nos últimos anos. Antes chamado de mercado promocional, o setor é responsável por eventos, ativações de marca, promoções, online e no ponto de venda e, recentemente, ganhou mais força por abarcar as estratégias de comunicação das marcas que visam a criar experiências interativas, memoráveis e emocionais para o público-alvo.
A busca das pessoas por experiências ao vivo é um fenômeno que aumentou muito após a pandemia da Covid-19 e continua tendo reflexos até hoje. Confinados em suas casas por meses - alguns por anos -, agora consumidores de todas as gerações e perfis querem se encontrar presencialmente com seus pares, tribos e amigos em eventos onde se divirtam, se emocionem e interajam com as marcas.
Não por acaso cresceu o número de festivais musicais e apresentações de grandes astros internacionais no Brasil. Mas não é só de grandes eventos que o setor de live marketing vive. Nunca se viu também tantos eventos-proprietários como atualmente.
O live marketing gera hoje 25 milhões de empregos (diretos e indiretos) e fatura anualmente mais de R$ 1 trilhão, que corresponde a 4,5% do PIB nacional, de acordo com dados da Ampro (Associação de Marketing Promocional). Segundo o estudo Bússola de Marketing, cerca de 40% dos anunciantes têm a intenção de investir em promoções, patrocínios, eventos e pontos de vendas.
Enquanto as marcas surfam na onda da demanda dos consumidores por experiências autênticas e interativas, as agências especializadas correm para desenvolver ativações cada vez mais criativas e sofisticadas. Um dos maiores desafios das agências é integrar tecnologia, sustentabilidade e inovação às ações.
Nesta edição, o propmark traz o Especial Live Marketing com depoimentos de executivos das principais agências do segmento sobre tendências e movimentos, além da apresentação dos melhores cases de live marketing do ano.
Eduardo Andrade, co-CEO da AKM, afirma que a tecnologia não apenas enriqueceu as experiências, mas também ampliou os resultados e otimizou processos internos. Segundo ele, a experiência precisa ser o foco. “Não se trata apenas de ideias criativas, mas de conversão efetiva”, disse o publicitário.
Em termos de volume, uma das agências que mais se destacaram foi a Atenas.ag, das sócias Denise Garrido e Quércia Andrade. A empresa assinou nada menos do que 35 ativações para seis marcas no Rock in Rio 2024, um dos maiores eventos do ano.
As mais valiosas
A Interbrand divulgou o seu ranking anual ‘Best global brands’, em que a Apple mantém a liderança, porém com perda de 3% em valor de marca pela primeira vez em mais de duas décadas. Avaliada em US$ 488,9 bilhões, a big tech é seguida pela Microsoft (US$ 352,5 bilhões), que teve valorização de 11%; Amazon, com US$ 298,1 bilhões (8%); Google, com US$ 291,3 bilhões (12%); e Samsung, com US$ 100,8 bilhões (10%), no top 5 da lista, que traz as 100 marcas mais valiosas do mundo.
Volta do X
O mercado publicitário avalia o retorno do X (ex-Twitter) ao Brasil, que ficou fora do ar desde o dia 30 de agosto. A plataforma foi suspensa após não cumprir com a intimação do STF (Supremo Tribunal Federal) e só foi liberada ao pagar uma multa de R$ 28,6 milhões na semana passada. Agências analisam que as marcas devem ter cautela ao voltar para a rede, pois tiveram resultados positivos em opções como Threads e BlueSky.
Frase: “A verdade não morre, mas tem uma vida miserável.”
(Demi Getschko, fechando o artigo ‘Tempos’ no Estadão de 8/10/24).
Armando Ferrentini é publisher do propmark