Nos últimos 1º e 2 de agosto aconteceu a primeira edição da Experience Expo, um evento organizado pela Ubrafe, dedicado ao setor de eventos e experiências.

Coube a mim, como ex-presidente da Ampro e do capítulo brasileiro da MPI, a coordenação da Oficina ‘Após o Perse, o que queremos como setor de Eventos e Turismo’.

A atividade contou com a participação de profissionais de destaques do setor, entre eles o presidente da Abrace, Augusto Guedes (Guto); o presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, Sergio Junqueira; a presidente-executiva do Sindepat - Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas, Carolina Negri; além de Alessandro Ragazzi, que dá suporte jurídico à Ubrafe e à Abrace.

O objetivo da atividade era levantar as questões de maior importância de uma boa governança ESG, visando a criar uma pauta institucional do setor de eventos e turismo.

Destacando a importância de uma governança de impacto positivo, alinhada às melhores práticas, iniciamos a atividade tendo como pano de fundo os compromissos ESG assumidos formalmente pela Ubrafe.

São 12 os compromissos, a saber: 1- Garantia de condições básicas ideais de trabalho, 2- DE&I (Diversidade/Equidade/Inclusão), 3- Redução significativa de descartáveis, 4- Aterro zero, 5- Gestão consciente insumos/resíduos, 6- Gestão sustentável de água e energia, 7- Cadeia de valor 100% engajada, 8- Prestadores de serviços certificados, 9- Eliminar riscos de contratações temporárias, 10- Transporte sustentável, 11- Governança responsável e 12- Mitigação/neutralização de CO2.

Vale a pena destacar que estes compromissos foram elaborados coletivamente, com participação de associados da Ubrafe, que é focada em eventos B2B, mas servem como referência para outros setores.

Após a apresentação dos 12 compromissos, os participantes foram convidados a pontuar a importância de cada um deles, além de opinar sobre o nível de urgência na aplicação.
Tabuladas as notas atribuídas pelos participantes, as 3 atividades consideradas mais relevantes foram, nesta ordem, a 11 (Governança responsável), a 1 (Garantia de condições básicas ideais de trabalho) e a 9 (Eliminar riscos de contratações temporárias).

Em termos de urgência, a 1 (Garantia de condições básicas ideais de trabalho) foi considerada a mais urgente, seguida da 5 (Gestão consciente insumos/resíduos).

Pelo nível de importância e urgência dado pelos participantes, ficou clara a prioridade para temas ligados diretamente à governança e também os de cunho trabalhista.

Além destes tópicos relacionados ao universo ESG, tivemos uma discussão sobre temas de maior relevância para o setor.

Com a ajuda de Alessandro Ragazzi, foram levantados pontos da reforma tributária e também questões trabalhistas típicas do setor para possível mobilização institucional conjunta, a exemplo do que ocorreu com o Perse.

Em relação à reforma trabalhista, ficou clara a necessidade de um trabalho de advocacy focado na regulamentação dos pontos da reforma que afetam o setor.

Ficaram claras também as diferenças de impacto entre o setor de eventos e o de turismo, justificando trabalhos segmentados.

Com relação às questões trabalhistas, todos concordam com a necessidade de endereçar gestões para sensibilizar o poder público quanto à tipicidade do setor, principalmente o de eventos, que precisa contar com jornadas de trabalho estendidas para entregar eventos no prazo.

Esses dois pontos centrais serão objeto de mobilização das principais associações e entidades setoriais para encontros específicos sobre esses importantes temas.

Depois do sucesso do movimento que resultou no Perse, ficou claro que, quando os principais atores institucionais de um setor se unem, é possível obter melhores condições de atuação.

Tendo todos mirando para uma governança ética e ativista, as coisas acontecem. Que esse movimento sirva de exemplo para outros setores!

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
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