Com a presente edição, completamos 57 anos de circulação do PROPMARK, lançado através de uma coluna no extinto Diário Popular, em 21 de maio de 1965.

A história deste jornal especializado registra momentos difíceis para mantê-lo vivo, mas a tenacidade da sua primeira equipe de Redação, sucedida por este ou aquele novo companheiro ou simplesmente colaborador, fez com que jamais perdêssemos o rumo, lutando para sempre melhorar a coluna em jornal, que por capricho do destino tinha tudo para fracassar, a começar pelo seu grave erro inicial na logo da denominação: Asteristicos.

Ao contrário, porém, do nosso temor, fomos bem recebidos pelo mercado, onde só havia uma coluna falando de propaganda (marketing ainda era um termo pouco utilizado e mal definido pelos cobrões que faziam sucesso, principalmente em grandes anunciantes e agências da época).

Logo percebemos que aquele erro na denominação da nova coluna do jornal não nos atrapalhou, talvez até tenha ajudado a obter o apoio do mercado, que sentia a necessidade de mais alguém escrever sobre a importância da atividade publicitária em um jornal de grande circulação na época.

Com a força e a teimosia dos jovens, fomos em frente, sempre procurando melhorar o conteúdo das nossas opiniões e das notícias em geral, que mantinha o mercado publicitário atento, prestigiando o Asteriscos, crescendo a cada edição das sextas-feiras do antigo e hoje extinto Diário Popular, um jornal que nasceu com princípios de uma imprensa sadia, em 8 de novembro de 1884, com elogios na época, além de combatido por muitos. Explico: o Diário Popular anunciou em sua primeira edição que seria abolicionista, contrariando muitos poderosos, que possuíam escravos em suas propriedades.

Pois foi nesse jornal que Asteriscos cresceu, graças ao trabalho do meu irmão Nello Ferrentini, então ainda linotipista, mas já professor universitário de administração de empresas em algumas faculdades, que compreendeu a importância da coluna no Diário Popular, que surpreendentemente não abria crédito para nenhum anunciante ou agência de propaganda (quem desejava nele anunciar tinha de pagar antecipado, no famoso balcão da Rua do Carmo, no hoje centro velho de São Paulo).

Com o sucesso de Asteriscos, fui nomeado diretor do jornal, cuidando de outros interesses da empresa, dentre eles o para nós mais importante, quando o prédio próprio do jornal foi desapropriado pelo Metrô.

Aí veio a segunda ou terceira etapa de grande importância para a sobrevivência do jornal: pedir maior prazo ao então prefeito de São Paulo, Olavo Setúbal, e ao seu secretário maior, Claudio Lembo.

Tempos depois, o prédio acabou mesmo sendo demolido pelo Metrô e aí veio a grande tacada que jamais esperávamos: o Estadão estaria se mudando logo mais para a nova sede, no Bairro do Limão, e o prédio da Rua Major Quedinho seria desocupado. Fomos em comitiva de diretores falar com a alta direção do Estadão e conseguimos comprar seus andares naquele prédio famoso na esquina da Martins Fontes.

O Diário Popular subiu mais ainda de conceito junto à população e com ele nosso Asteriscos. Como a vida, porém, não é feita só de sucessos, acabamos tendo um desentendimento com os proprietários e resolvemos mudar de jornal, passando por A Gazeta Esportiva e depois pela Folha da Tarde (já em formato de caderno), permanecendo sua importância junto ao mercado, não apenas graças ao seu noticiário mais completo possível sobre o mercado publicitário brasileiro, mas também do exterior (o Festival de Cannes era o nosso predileto, graças ao apoio de Victor Petersen, da Cinema e Publicidade do Brasil).

Passado algum tempo, resolvemos e pudemos adquirir sede própria no Cambuci, transformando o que era uma coluna em um jornal de grande circulação, exclusivamente nosso, o PROPMARK, marcando até hoje época no mercado, com extensão dos seus exemplares para outras praças brasileiras.

Este é um resumo suscinto da nossa história, que com esta edição completa 57 anos de vida ininterrupta, acompanhando todas as transformações do mercado publicitário e já estendidas amplamente para o marketing, lançando premiações desse setor, como o consagrado Marketing Best.

É este seu PROPMARK, amigo leitor, que nasceu de toda essa longa história,
sem perder a raiz iniciada pelo Asteriscos e contando a própria história da propaganda brasileira, vinda de grandes agências do exterior, o conhecimento do Brasil e do nosso jornal. Mas essa é outra história, que contaremos na próxima edição de aniversário, registrando a importância do online, que um dia acabará com os jornais impressos, mas não acabará, ao contrário, dará mais força
ao mercado – como já vem dando, sempre em tempo recorde, como a internet proporciona.

Nossos agradecimentos aos anunciantes e leitores do PROPMARK, que sabem da nossa importância para o mercado e nos prestigiam com os seus anúncios, fonte principal da manutenção da nossa empresa, a Editora Referência Ltda.

A você, leitor do PROPMARK 57 anos, nosso muito obrigado!

Armando Ferrentini é publisher do PROPMARK