Não há dúvidas, os NFTs (tokens não-fungíveis) vieram para revolucionar o mercado de arte mundial e trazer um respiro em meio à estagnação do setor, que foi seriamente impactado pelos efeitos da pandemia causado pela Covid-19 e as novas variantes do vírus.

Além disso, são os responsáveis por dar novamente holofotes a um segmento que não tinha tanto espaço assim na grande mídia: o das artes digitais. A onda é tão grande que um museu de NFTs foi inaugurado em Seattle, nos Estados Unidos, em janeiro deste ano.

O local exibe obras de arte originais, assim como explicações da tecnologia usada para dar vida aos tokens não-fungíveis, buscando ajudar os visitantes a entender este novo universo. Segundo dados da Dapp Radar, que
monitora em tempo real plataformas de blockchain, o mercado de NFTs movimentou US$ 23 bilhões em 2021, cerca de R$ 130,1 bilhões em conversão direta.

O crescimento foi bastante expressivo, visto que em 2020 o segmento não chegou aos US$ 100 milhões. O detalhe importante a frisar é que grande parte deste valor foi em transações feitas para adquirir arte digitais, o que acabou alavancando ainda mais o mercado em geral. E é impressionante notar como uma sigla de apenas três letras sacudiu o mundo das artes como há tempos não se via.

Alguns fatores, como a raridade e o desejo dos colecionadores fanáticos, acabaram dando status à nova tecnologia, que antes não tinha, o que também ajudou a alavancar, novamente, o mercado de arte. Mas por que o mercado de arte se destacou tanto? Isso, acredito eu, está intrinsecamente ligado ao que nos move: a nossa constante obsessão de compreender e traduzir o mundo ao nosso redor através da arte e por meio de uma estética que permeia o nosso imaginário.

Para este ano, a tendência é que as NFTs continuem a escalonar novos degraus dentro do mercado de blockchain. Apenas no mês de janeiro, foi registrado, pela primeira vez, um volume de negociações mensal de US$ 4 bilhões. O que representa 20% acima do valor do pico anterior, que havia ocorrido em agosto de 2021, de US$ 3,4 bilhões.

Entender que o mercado de arte digital veio para ficar é fundamental para que os artistas e as empresas do setor consigam se movimentar em uma nova direção depois de um momento de crise em que muitos projetos ficaram travados por conta da pandemia. A revolução digital já está aí. E quem não quiser surfar nesta onda, vai acabar morrendo na praia.

Jean Paschalis é fundador e CEO da Dionisio.Ag