O ano começou bastante confuso e gerando apreensão entre os brasileiros devido à nova alta de casos de Covid-19. Fomos para as festas de fim de ano confiantes de que em 2022 voltaríamos a uma certa normalidade, mas a realidade se mostrou diferente. Porém, se tem algo de positivo – se é que podemos falar assim – nessa ‘retomada’ da pandemia, é o fato de a nova variante Ômicron ter se mostrado menos letal que as anteriores.
Não há motivos para comemorar, claro, temos de continuar com todos os cuidados, como uso de máscara, de álcool em gel e manter o distanciamento social. E importante: se vacinar! Do lado do balcão dos negócios, a visão é de que há muito para fazer neste ano. Como disse Daniel Queiroz, presidente da Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda), “as marcas entenderam que não dá para esperar mais, esperar o que vai acontecer”.
O setor de live marketing, por exemplo, não viu um impacto tão significativo para o mercado a recomendação do governo de São Paulo às prefeituras de que os eventos tenham redução de 30% na capacidade máxima do público. A decisão final – sobretudo em relação ao Carnaval – ficará a cargo de cada município.
“A limitação de 70% da capacidade de um local viabiliza a maior parte dos eventos, sem maiores problemas. Raramente temos um evento que demanda a ocupação máxima de um espaço. Sendo assim, a recomendação não impedirá a efetivação da maior parte dos eventos”, afirmou Alexis Pagliarini, presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional), ao site do PROPMARK.
Obviamente, o segmento de live marketing vai acompanhar atentamente as decisões do governo, mas a esperança é que não haja a necessidade de novas restrições para a realização de eventos. Apesar do cancelamento do Carnaval de rua em várias cidades, os desfiles das escolas de samba em São Paulo e Rio de Janeiro seguem confirmados – a interpretação é de que é possível controlar a entrada de pessoas vacinadas nos sambódromos, mediante o comprovante de vacinação.
Vale lembrar que, apesar de todas as restrições com as quais convivemos nos dois últimos anos de pandemia, o mercado não parou. Rapidamente, as equipes foram alocadas para o home office e a indústria da comunicação fez a roda girar. Em 2021, o investimento em mídia cresceu 38% de janeiro a setembro, com um total de R$ 12,2 bilhões, ante R$ 8,8 bi em 2020, mostrou o Cenp-Meios. E a expectativa – todos os indicadores apontam para essa tendência – é que o crescimento seja continuado neste ano.
Aqui no PROPMARK, começamos o ano acelerando com a estreia do novo layout do site do PROPMARK, em um projeto liderado pelo nosso diretor-executivo, Tiago Ferrentini. Mais moderno, dinâmico e informativo, o portal traz agora novas seções e também mais possibilidades para publicidade. Convido todos a conhecerem o novo site acessando propmark.com.br.
E as novidades não param por aí. Neste ano, também iremos relançar o tradicional Prêmio Marketing Best, que destaca as marcas que fizeram diferença no planejamento e execução de estratégias de marketing para seus produtos ou serviços. Com mais de 30 anos de existência, a premiação voltará reconfigurada e arejada. A festa para a entrega dos troféus está programada para o segundo semestre do ano. Aguardem!
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Marketing de influência
Imperdível nesta edição a matéria de capa sobre marketing de influência. Como mostra a reportagem, tem influenciador para tudo e com capacidade de segmentação. A pesquisa Quem te influencia?, realizada pela MindMiners em conjunto com a Youpix, faz um retrato da relação dos brasileiros com os chamados digital influencers.
Os fenômenos da social media, entre os quais Instagram, Pinterest, YouTube, TikTok, Snapchat, Twitter, Linkedin e Facebook, contam histórias harmonizadas com seu ponto de vista. Essa conversa é capaz de gerar engajamento e se multiplicar. Bem diferente, como destaca a pesquisa, de quando a mensagem tinha concentração em poucos canais de mídia.
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Inquietação
Outro destaque desta semana é a entrevista com Eduardo Simon, CEO e sócio-fundador da Galeria. Ele faz um balanço dos quatro meses de operação da agência, que acaba de conquistar Doriana, já soma 11 contas e 270 funcionários. Simon conta, por exemplo, sobre os desafios de criar uma agência do zero e abandonar uma carreira bem-sucedida como executivo em uma multinacional. Questionado sobre os motivos que o levaram a essa decisão, ele respondeu:
“Eu tinha uma inquietação enorme a respeito da forma como o mercado está se posicionando. Os clientes querem uma velocidade de transformação, de tomada de decisão dos seus parceiros de comunicação e o mercado não reage nessa velocidade por vários motivos. Eu ataquei um desses motivos, que é a capacidade de decisão local. Eu chequei essa teoria durante algum tempo, conversando e ouvindo as reclamações dos clientes. Quando a gente olha a indústria da comunicação hoje vê players fazendo coisas tão diferentes e não tem um modelo de negócios que você fala que é o certo. Isso me dava uma angústia, que casou com a angústia dos clientes. E quando esse casamento vem, ele é irresistível.”
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Tendências
Todo começo de ano é a mesma coisa, várias consultorias traçam um cenário sobre as tendências de mercado e em 2022 não foi diferente. É algo salutar, que todos precisam ficar de olho. Nesta edição, destacamos o relatório 2022 Look Ahead, elaborado pela 4A’s (American Association of Advertising Agencies), a tradicional associação americana de agências de publicidade. Nele, a entidade aponta tendências que o setor pode esperar para o ano, como políticas de trabalho flexível, sustentabilidade e oportunidades no metaverso.
“O objetivo do relatório é falar sobre o que está por vir para o ano, não apenas com base no que estamos ouvindo de nossos membros, mas no que estamos vendo na indústria. Esses são os tópicos que as pessoas precisam começar a prestar atenção”, disse Marla Kaplowitz, presidente e diretora-executiva da 4A’s.
Armando Ferrentini é publisher da Editora Referência