Há cinco anos, escrevi em um post-it: morar em Garopaba. Colei no meu quadro dos sonhos e deixei lá, entre tantos outros desejos rabiscados.

Mas esse era diferente. Esse eu sentia no peito. Olhava para ele todos os dias e me perguntava quando – mas, no fundo, sabia que era só uma questão de como.

E aí vai um clichê que nunca fez tanto sentido: sonhos começam a se tornar reais no momento em que saem da nossa cabeça e ganham espaço no mundo. Escrever, visualizar, falar em voz alta — tudo isso dá forma ao que parecia abstrato. E foi assim com Garopaba. Mesmo nos dias mais corridos, em que essa mudança parecia distante, aquele post-it continuava ali, me lembrando do porquê.

A vida que eu queria era mais perto da natureza, com mais equilíbrio, hábitos saudáveis e conexão comigo mesma.

Mas essa mudança não aconteceu de um dia para o outro. Teve dúvida, medo, ansiedade. Teve um milhão de desculpas para adiar. Mas, no fim, teve também um lembrete fixado na parede, insistindo que aquele sonho valia o esforço.

O que aprendi nesse processo? Que dar o primeiro passo é o que muda tudo. Às vezes, ele é pequeno — um post-it, uma decisão, uma conversa.

Às vezes, ele assusta. Mas é sempre ele que nos tira do lugar.

Outra coisa que aprendi ao longo desses anos é que a nossa geração não quer só sonhar — quer realizar. A gen Z cresceu no caos da internet, no excesso de informação e na pressão por sucesso imediato. Mas também aprendeu a questionar padrões, a mudar de rota sem medo e a criar as próprias oportunidades.

Somos a geração que empreende sem diploma, que trabalha de qualquer lugar do mundo, que monetiza o que ama e redefine o conceito de sucesso.

Mas sabe o que todo grande projeto tem em comum? Ele começou como uma ideia solta.

Um rascunho. Uma anotação qualquer. Um post-it, talvez.

Escrever é o primeiro passo para trazer qualquer sonho para o mundo real. Pode ser no papel, no bloco de notas do celular, num diário ou numa conversa com alguém. O que importa é começar.

Tenho ainda meus 20 e poucos anos e esse era o sonho. Agora, é hora de trocar os post-its da parede e começar tudo de novo.

E talvez essa seja a parte mais bonita: perceber que os sonhos nunca acabam. Eles só se transformam.

Essa é a minha história, mas poderia ser a de um futuro brilhante, de um negócio que vai decolar ou de um prêmio que ainda vai conquistar.

Então, qual é o sonho que está esperando para ser escrito?

Porque, no final das contas, essa história nem é sobre mudar de cidade.

Nathália Quadrado é analista de marketing da Adsplay