Em fevereiro de 2022, passada a parte mais dura da pandemia, e já quase se encaminhando de volta à normalidade, uma sementinha que minha mulher havia plantado antes, germinou: a ideia de morar na praia.

Na minha cabeça isso só se daria mais tarde em minha vida, provavelmente à trabalho em alguma metrópole europeia ou já mais velho, próximo da aposentadoria.

Mas a vida como produtor-executivo em um estúdio de animação me proporcionou isso mais cedo. Com a pandemia, a Dirty Work se tornou majoritariamente remota e jamais voltou ao presencial.

Isso me deu a liberdade necessária para repensar o meu estilo de vida.

E, como havia passado todos os verões da infância em São Sebastião, a Ilhabela foi uma escolha natural.

Pois bem, mudamos de mala e cuia, eu, minha mulher e nossos dois cachorros. Muita gente falou, em tom de brincadeira, que a vida ficaria bem mais tranquila, em ritmo de semiaposentadoria. Mas não foi bem isso que se viu.

Em vez de uma vida mais lenta, percebi que passei a trabalhar mais e com uma intensidade renovada. Entre uma e outra reunião, um mergulho rápido no mar ou um banho na cachoeira vizinha.

Em dias mais tranquilos, computador à beira da piscina. Aos fins de semana, tudo o que esse lugar maravilhoso pode proporcionar, sem hora de ir embora.

Mas o melhor da experiência continua sendo abrir a janela e ver as montanhas, ouvir os pássaros. Isso depois, claro, de uma noite muito bem dormida em quase total silêncio. De fato, o ser humano nasceu para viver na natureza.

Ainda assim, pra não parecer que estou me gabando, o mais rico disso tudo é ver o trabalho continuar sendo muito bem feito e a produtora seguir crescendo.
Não que uma coisa tenha necessariamente a ver com a outra, mas, depois da minha mudança, a Dirty Work se internacionalizou de vez. Hoje temos reps nos Estados Unidos, Europa e Oceania.

Levamos mais prêmios em 2 anos do que nos outros 8 de vida, incluindo Leões em Cannes e o Clio.

Crescemos em pessoas, faturamento, clientes, tudo.

A mudança para Ilhabela não só trouxe mais qualidade de vida, mas também uma nova energia para o meu trabalho.

A inspiração que vem do ambiente ao redor tem um impacto direto na criatividade e na produtividade.

Convido todos e todas que puderem ter essa experiência a fazê-la. A vida cercado pela natureza, não é apenas um privilégio, mas uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.

Trazer equilíbrio entre trabalho e lazer, tranquilidade de ambiente.

Um brinde!

Ito Andery é produtor-executivo da Dirty Work