A indústria criativa vai levar semanas, meses, para absorver todo o conteúdo exposto nas palestras do Cannes Lions, nos eventos paralelos (e foram muitos), rever e explorar os cases premiados no festival. Sempre foi assim em anos anteriores e assim será mais ainda neste 2022, que ficará marcado como o ano do retorno presencial do maior festival de criatividade do mundo, após um hiato de dois anos devido à Covid-19.

A experiência de ir a Cannes é única e especial. Todos saem de lá com a sensação de que perderam muita coisa - e perderam mesmo -, tamanha a intensidade da programação. São dias corridos para todos os delegados, para alguns mais e outros menos, mas uma coisa é certa: vale a pena cada euro gasto. Não é de hoje que o festival é famoso também por reunir os nomes mais importantes da indústria, sendo considerado um local poderoso para fazer networking.

Para quem não foi, vale participar dos road shows que em breve o mercado começa a realizar - o UOL, por exemplo, já anunciou o seu UOL Insights Cannes Lions, com uma apresentação exclusiva que traz os grandes temas, tendências e cases que moveram as marcas no festival. O convite é para uma imersão sobre Cannes.

Não é para menos. O Cannes Lions movimenta a indústria publicitária de uma tal maneira como nenhum outro festival. Dele, surgem vários outros eventos e oportunidades de negócios para toda a cadeia. Há mais de 40 anos cobrindo o Cannes Lions, diria até que ele é a maior e melhor escola de propaganda existente no planeta.

Cannes mostra sempre um caminho novo e atraente para os países que dele participam. Neste ano, a Índia foi destaque, com o prêmio de Agency of The Year para a Dentsu Bengaluru. E o Brasil, como sempre muito bem representado, esteve no pódio com a Africa, eleita a Agency of Engagement do festival, e a VMLY&R, vencedora na track especial Entertainment.

Nesta edição do pós-Cannes, o leitor encontrará matérias com análise dos principais cases premiados, novidades de empresas que participaram do festival e depoimentos de criativos brasileiros falando sobre quais foram algumas das lições do festival neste ano.

Entre as mensagens mais importantes está a busca por encontrar caminhos para lidar com um momento histórico em que a sociedade demanda posturas mais ativas, engajadas e conscientes das marcas e dos agentes do mercado de comunicação. A conferir!

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Outra reportagem que acreditamos que o leitor vai apreciar é sobre a história das marcas que estão ultrapassando fronteiras, ampliando atuação, avançando sobre categorias nunca antes imaginadas. Uma análise detalhada desse novo cenário foi feita pela Interbrand, que garante que a concorrência deixou de ser por categorias e passa a ser por arenas. Muitas já trilham novos caminhos sem abandonar, claro, os negócios originais. Entre elas estão Vivo (com Vivo Educação), iFood (iFood Benefícios), Magalu (Magalu Moda) e Banco Inter (Inter Shop).

Rodrigo Marques, diretor-executivo da Interbrand, explica que as barreiras entre as categorias estão cada vez mais borradas e a competição ocorre em espaços muito mais dinâmicos e abertos do que no passado. Ele cita como exemplo o Banco Inter, que “já é um dos maiores players do varejo do país”, e também o iFood, que entrou no mercado de benefícios. “Essas e outras histórias mostram que muitas marcas vêm extrapolando as suas categorias de origem e crescendo em novos mercados que façam sentido para sua marca e seus públicos”, analisa. Segundo ele, se o olhar for mais longe e chegar a uma perspectiva global para as cinco marcas mais valiosas do mundo (Apple, Amazon, Microsoft, Google e Samsung), “será uma tarefa difícil defini-las a partir de uma categoria”.

Armando Ferrentini é publisher do PROPMARK