Os influenciadores digitais foram a maior revolução recente na indústria da comunicação. De acordo com a SignalFire, estima-se que, no mundo, existam mais de 50 milhões de autodeclarados criadores de conteúdo em redes sociais.

No entanto, o fenômeno recente não se dá em cima dos grandes artistas, apresentadores, comediantes e nativos digitais, que amealharam uma audiência gigante ao redor de seus canais sociais, mas em cima de pessoas "comuns" que não usam as redes sociais como ofício, porém como fonte de informação e entretenimento.

É isso mesmo. Chegou a nossa hora. Eu, você, nós somos grandes influenciadores em potencial. E arrisco dizer que talvez até mais relevantes para a nossa base de seguidores do que a Jade Picon.

A forma mais antiga de publicidade continua sendo a mais confiável: o boca a boca – e, afinal de contas, o que é o marketing de influência senão a digitalização dessa prática milenar?

De acordo com o Edelman Trust Barometer de 2020, os porta-vozes mais confiáveis são “uma pessoa como você” (77%), seguido de "um especialista técnico da empresa" (75%). Mais adiante, segundo dados de 2021 da ReferralCandy, as pessoas prestam duas vezes mais atenção para posts e recomendações de amigos e familiares.

Te pergunto: se uma companhia aérea irá lançar uma mega promoção, quem melhor pra te informar do que aquela sua amiga aeromoça que você segue nas redes sociais? E, se uma empresa alimentícia, por casualidade do destino, precisa lidar com uma gestão de crise, quem melhor para replicar o posicionamento da empresa do que seus funcionários?

O novo momento no marketing de influência está em reconhecer e empoderar o corpo de funcionários de uma empresa como influenciadores digitais, ao que chamamos de advocacy marketing (ou marketing de embaixadores).

Em tempos de redes sociais e multiplicidade de ofertas, a opinião de pessoas de verdade, ou seja, gente como a gente, representa uma expressiva ferramenta de influência. Mais ainda partindo de alguém que tem um vínculo verdadeiro com a empresa ou marca.

Por isso afirmo que seu o próximo squad de influência das empresas já está contratado. Por meio de ações que mobilizam os colaboradores, são humanizados os valores da marca e aumentam o potencial de alcance e engajamento da audiência em uma forma muito mais rentável. Um estudo da Brandwatch aponta que um usuário médio de mídia social está conectado a mais de 400 amigos e familiares, o que significa que para cada embaixador, ou funcionário, que compartilha um conteúdo da marca tem o potencial de atingir digitalmente 400 pessoas.

Traduzindo para o português claro: Advocacy Marketing é o sonho de qualquer estrategista de conteúdo, pois une baixo custo e alto rendimento.

Mas, calma. Não é sair fazendo post e pedir para que os funcionários compartilhem felizes. A prática pede que seja desenvolvida uma estratégia de gestão desses potenciais canais de comunicação, criando recompensas e maneiras fáceis para que esses stakeholders se engajem.

E o que seria fácil? Aqui estão três dicas:

· Invista em plataformas digitais que, por meio de ações de gamificação, permitem o compartilhamento de campanhas e comunicação nas redes sociais dos colaboradores;

· Ter uma hashtag própria ajuda a rastrear esses compartilhamentos;

· Desenvolva peças instagramáveis e conteúdo relevante!

Por fim, importante ressaltar que o Advocacy Marketing não é uma estratégia de marketing isolada, mas, também, uma forma de fazer negócios. Estando tudo alinhado: produto, serviço e experiência de alto padrão com a marca e uma cultura que prioriza o cliente, o engajamento para que os colaboradores da empresa compartilhem isso com seus amigos e familiares fica muito alto. E, para facilitar ainda mais, por que não investir em uma plataforma digital que possibilite isso? A faca e o queijo estão na mão.

Rafael Coca é founder e COO da Spark