Assim como na versão original, de 1988, o remake de Vale Tudo conseguiu mobilizar o país. Através das mais diversas telas e plataformas de mídia, da mesa de jantar à mesa de bar, a novela virou assunto. Puxou assunto. Numa revanche digna de Rocky Balboa, ao longo de 173 capítulos, conseguiu recuperar o título de que "Vale Tudo" é sinônimo de novela.

Há um ano, qualquer pesquisa de top of mind que perguntasse "Qual a primeira coisa que vem à sua cabeça, quando falo 'Vale Tudo'?" , a nuvem de palavras estaria transitando por luta, octógono, jiu jitsu e coisas do tipo. Mas nessa briga, a arte da dramaturgia deu uma verdadeira lapada nas artes marciais. É só "dar um Google" e verificar.

Vale Tudo, por suas personagens, temáticas abordadas, números de audiência, alcance, engajamento, retenção e qualquer outro termo ou kpi que queiram usar, foi um verdadeiro parque de diversões para quem trabalha com comunicação, em especial publicidade. Lançamentos de campanhas, diversas (bote diversas aí...) ações de conteúdo inseridas nas narrativas, pautas que nutriram e permearam as redes sociais, motes para promoções e até direito a uma ode à criatividade brasileira em seu último capítulo.

Teve de tudo em "Vale Tudo". Um banquete que matou a fome de entretenimento de milhões e milhões de pessoas. Seja as preferem um "fricassê", ou àquelas que caem de boca num "X-tudão".

Então, embora nossa malvada favorita não tenha morrido e mesmo frente a algumas boas alfinetadas quanto ao último episódio (Né, Alcione?), a verdade é que estamos meio de luto com o fim da novela. Mas como Odete sempre volta, “simbora” aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Eduardo Breckenfeld é sócio e SCO da Ampla