A ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) se uniu ao propmark em uma iniciativa especial que selecionou dez CMOs que se destacaram no mercado de marketing brasileiro neste ano. Segundo os critérios da entidade, os indicados são profissionais que impulsionam iniciativas que contribuem para o crescimento sustentável dos negócios, que trazem impacto positivo para a sociedade, fortalecendo agendas urgentes, como diversidade, equidade e inclusão, e a proteção do meio ambiente.

Para alcançar a eficiência e os resultados desejados, não basta mais ter um olhar inovador, disruptivo e criativo. Habilidades humanas ainda esperadas de um profissional de marketing, mas que precisam ser somadas a novos skills de exatas com uma visão holística de dados, estatística e tecnologia. É esse perfil que vem moldando as estratégias de comunicação em ritmo acelerado no mercado.

Em um cenário complexo marcado pela transformação digital, hoje muitos CMOs precisaram desaprender para reaprender uma nova forma de fazer marketing e publicidade. “Esses CMOs mergulharam nas novas tendências, principalmente as de ESG e tecnológicas, como inteligência artificial, sem perder a conexão humana e o cliente como centro de tudo”, diz Sandra Martinelli, CEO da ABA e membro do executive committee da WFA.

Inseridos em um mercado altamente competitivo, os profissionais de marketing também passaram a conviver com reavaliação constante de seus cargos, resultando em cada vez menos tempo nas empresas. De acordo com estudo da consultoria americana Spencer Stuart, em 2014, o tempo médio de permanência de um CMO no cargo era de três anos (36 meses), hoje, esse período é 28 meses, ou dois anos e quatro meses.

Para a CEO da ABA, a agenda mais difícil no momento é a de DE&I. No Censo DE&I 2023, da WFA (World Federation of Advertisers), um dos dados que mais chamam a atenção é de que 18% dos entrevistados indicaram que, provavelmente, deixarão o setor com base na falta de inclusão e diversidade. Esse número sobe para 24% no caso de minorias étnicas e PCDs. “Isso é o reflexo de que não basta contratar pessoas diversas se não houver a cultura da inclusão nas empresas e um sinal de alerta para um setor que tem por natureza uma postura mais aberta, e cujo sucesso passa pela contribuição de grupos minoritários.”

As perspectivas da ABA para 2024 - quando a associação comemora 65 anos - com relação ao crescimento do mercado são positivas, assim como o relato dos CMOs ouvidos pela reportagem. O relatório da Warc, por exemplo, estima que os investimentos globais com publicidade devem crescer 4,4% neste ano, com a previsão de aumentarem em 8,2% em 2024, o que deve ultrapassar a casa de US$ 1 trilhão pela primeira vez.

Conheça nesta edição os perfis dos seguintes CMOs: Alvaro Garcia (Mondelez); Cecilia Bottai Mondino (Heineken); Eduardo Tracanella (Itaú); Ionah Kochen (Nestlé); Marcio Carvalho (Claro); Natália Passarinho (P&G); Poliana Sousa (Unilever); Renata Gomide (Grupo Boticário); Renata Vieira (Reckitt); e Thais Nicolau (Mercado Livre).

Melhores do ano
Na semana passada, este veículo apresentou ao mercado os indicados aos Melhores do ano do propmark em dez categorias. A votação está aberta aos leitores no site propmark.com.br até o dia 22 de novembro.

A seleção dos finalistas foi feita pelos jornalistas da Redação e integrantes do jornal, que acompanha e cobre os fatos da propaganda brasileira há quase seis décadas, sendo o veículo do trade há mais tempo em circulação. Boa sorte a todos!

Case de OOH
A RZK Digital, dos sócios Eduardo Mantegazza e Paulo Cesar Queiroz, completa dois anos declarando crescimento de mais de 200% em 2023. Com foco na publicidade out-of-home em terminais de ônibus urbanos, a empresa é mais um case de sucesso do vibrante setor de OOH no Brasil que, segundo o Cenp-Meios, em 2022, cresceu 27,9%, com um share de 10,2% e movimentação de R$ 2,160 bilhões. Parabéns à RZK!

Frase: “Estava melhor quando estava pior.” (Provérbio popular napolitano).

Armando Ferrentini é publisher do propmark