Voltei para as minhas aulas de pilates (faço há mais de 5 anos) após um período de repouso por causa de uma cirurgia.
Percebi que o estúdio onde pratico a atividade nesse período também tinha feito uma “cirurgia”.
Nesse caso, estética - pinturas novas, frases inspiradoras, textos para reflexão e provocações filosóficas.
Fui direto para o mat (tapete) habitual, que, apesar de não ter reserva de local, sempre consigo me posicionar colado a uma parede, dividindo assim somente um lado com outro aluno, já que me acostumei assim.
Essa parede, também “pós-cirúrgica”, tinha os seis princípios do pilates, e qualquer movimento meu para a esquerda, me fazia deparar com esses itens, a saber: concentração, fluidez, controle, respiração, centralização e precisão.
Todos os seis princípios fizeram total sentido para mim, imagino que por não ser um praticante iniciante e por ser avançado nas disciplinas de meditação e mindfulness.
O que ficou me intrigando a aula toda foi se todos eles (ou alguns) faziam sentido no ambiente corporativo, na nossa vida profissional, no desenvolvimento de nossa rotina nas/para as empresas.
Muitos eram óbvios, outros nem tanto. Mesmo assim, semelhante à ousadia de um movimento novo no Cadillac (equipamento versátil de pilates que pode ser adaptado a diferentes perfis de usuários, desde pacientes em reabilitação fisioterapêutica até atletas de alto desempenho), tentei fazer uma descrição de cada princípio pensando no momento em que começo minha rotina diária profissional.
Concentração: sem dispersão na atividade, celular no silencioso, alertas do computador desligados, somente janelas abertas de equipamentos que tenham relação direta com a tarefa, sala ou baia com menor ruído (localização e/ou horário de menor presença de colaboradores).
Fluidez: vai, não para, continua, dispersa, mas volta (como a meditação), encadeia, concatena, deixa ir tomando forma, vai moldar.
Controle: a direção, o leme, o manche e o roteiro são seus - com a fluidez rolando bem, pode até arriscar colocar a tarefa um pouco no modo automático.
Respiração: alinhada com a fluidez, dá o tom, a serenidade, a capacidade sublime de decisão.
É a oxigenação para o cérebro colaborar no entendimento e intensificação (ou redução de ritmo) dos itens acima e abaixo.
Centralização: em qual ponto a tarefa precisa de mais foco para alcançar a precisão? Diferentemente de não delegar, é onde e como conseguir a fluidez.
Precisão: direto no ponto, na dor, sem final subjetivo e dúbio, alcançando o proposto, entregando com clareza.
Assim como o pilates, disciplina e constância farão a diferença para cumprirmos todos os seis princípios fora do estúdio e dentro do escritório ou home office.
Concordam?
Vamos esticar essa conversa?
Alongar os pensamentos?
Eduardo Leite é diretor-comercial da Liga Nacional de Basquete (NBB)