Dentro do South by Southwest mesmo as atrações mais desejadas e aguardadas não representam a maioria do público. São tantos conteúdos, locais e experiências acontecendo ao mesmo tempo que se você encontrar uma sessão lotada com certeza terá mais duas  ou três opções legais para acompanhar no mesmo horário.

Fila sim é algo comum por lá! Dizem que brasileiro gosta de fila e acredito que seja por essa razão que a delegação brasileira é sempre a maior (risos).

Agora vamos ao que interessa: o conteúdo!!! Meu badge era Interactive e minhas rotas preferidas traziam AI como temática. Importante falar em rotas dentro do evento, com tantas atrações dificilmente você terá um assunto que representará o todo do festival. São as rotas escolhidas que trarão o conteúdo ideal dentro do seu interesse.

Aqui vou trazer alguns dos meus destaques:

Eu começo pela Elizabeth Bramson-Boudreau (CEO & Publisher, MIT Technology), que trouxe as “10 Breakthrough Technologies 2024”. Cada assunto trazido por ela tinha de início o “WHO” e o “WHEN”. Ou seja, quais são as empresas que estão liderando os movimentos de transformação e quando eles vão acontecer. Logicamente AI aparece em primeiro lugar e foi onde ela gastou mais tempo discorrendo sobre, mas a sua lista também passava por energia solar, remédios para perder peso, medicina genética e muito mais. Quem quiser investir em ações apostando em potencial de crescimento é uma boa dica investigar o “WHO”!!

Rohit Bhargava (Non-Obvious Company Founder) e o seu “The 4 Elements o of Non-Obvious Thinking” também  tiraram o público do lugar comum. Sempre de maneira bem-humorada e com uma potência de conexão com a plateia, Bhargava exibiu quase uma aula de como deveriam acontecer os famosos brainstormings nas agências. O “Non-Obvious Thinking” traz em sua essência o ouvir diferentes perspectivas, prestar atenção aos detalhes, buscar fatores relevantes dentro do universo de informações que temos hoje em mãos e ao fim buscar uma abordagem não convencional. Tudo isso ele traz de maneira leve, utilizando exemplos pessoais e com um carisma único!

A pop-star Amy Webb (CEO of Future Today Institute) não poderia faltar nessa lista, com o seu “2024 Emergin Tech Trend Report”. Primeiro ela começou conquistando todos os brazukas presentes fazendo uma saudação em português. Isso já ganhou a turma de cara, mas apesar de toda a simpatia o conteúdo abordado foi bem forte e colocava no centro da discussão os desafios que nós como sociedade iremos viver nos próximos anos. Em sua tríade do superciclo tecnológico ela traz em primeiro lugar a Inteligência Artificial com uma abordagem relevante sobre a ausência de responsabilização dos desenvolvedores, os Ecossistemas Conectados com a evolução de Large Language Models para o Large Actions Models e ao fim com Biotecnologia como o motor de tudo isso. Sendo bem sincero, em alguns momentos da sua palestra minha vontade era me levantar, pegar um avião e ir abraçar meus filhos (risos).

Outro destaque foi a entrevista com o rei do media trainning Peter Deng (VP da OpenAI), o head do ChatGPT. Mesmo com a excelente condução da entrevista realizada pelo Josh Constine (SignalFire), Peter Deng estava bem treinado para não cair em nenhuma armadilha. Sempre voltando para o propósito do ChatGPT em ajudar as pessoas e ser um “professor incansável”, Peter trouxe dados de como a ferramenta pode ajudar uma empresa e seus funcionários a evoluir sua forma de trabalhar, principalmente sobre a redução de tempo realizando tarefas que antes poderiam levar semanas de investigação em apenas alguns minutos. Logicamente todas as perguntas polêmicas tiveram respostas inconclusivas, como os possíveis erros/alucinações da ferramenta, a falta de responsabilização dos desenvolvedores e os direitos autorais. Em todas elas Peter voltava para o propósito ou falava simplesmente que ainda não sabia o que iria acontecer.

Em resumo, todos os conteúdos abordados no festival dentro da rota que escolhi são possíveis de serem aprofundados hoje na web. O mais importante e o que me faz ter vontade de voltar todos os anos é realmente parar para absorver com foco esse conteúdo em um lugar que é incrível. Encontrar amigos, mentores, passear nas feiras de tecnologia, visitar as ativações das marcas e pegar carona no conteúdo do Music faz com que a experiência seja incrível e transformadora. Espero muito voltar em 2025!

Esses são pequenos exemplos do que vi no Festival.

PS - o texto foi desenvolvido sem o apoio de AI. Outro ponto importante citado pelo Josh Constine, avisar quando usar AI ou não em seus textos.

Michel Issa é CBO da DM9