É bem provável que um dos símbolos deste século, que mal ingressa em sua terceira década, venha a ser a velha e boa roda-gigante; relida, melhorada, reinventada, escalada, acelerada. Como hoje é o mundo.

As rodas-gigantes de antigamente, as analógicas ou originais, rodavam a ritmo de valsa, e a baixíssima altura. Alguns acidentes aconteceram nas cidades do interior do país, onde as rodas soltavam-se dos eixos e as pessoas se machucavam. Assim, e hoje, estamos todos nós numa espécie de roda-gigante – empresas, profissionais e empresários –, que gira a cada dia mais de forma acelerada, em elipse ascendente, e que traduzimos como escalar!

Em março de 2019, Willis Paixão da Silva, 36 anos, morreu depois de cair de uma roda-gigante em um parque de diversões itinerante no município de Boa Esperança, nordeste do Espírito Santo. No dia 29 de maio de 2018, uma criança conhecida com o nome de Amrutha despencou e morreu de uma roda-gigante na Índia. No passado o número de acidentes era maior, mas as rodas-gigantes foram caindo em desuso e converteram-se num tédio. Roda e para, roda e para, roda e para… E ainda o banquinho balançava…

Na virada do milênio nascia a roda-gigante que mudaria e história das rodas-gigantes. Das novas rodas-gigantes. Para a comemoração da data, virada do milênio, Londres construiu sua roda. A London Eye, também conhecida como Millennium Wheel. Nasceu para durar um tempo certo e acabou sendo institucionalizada. Mais que isso, provocou uma espécie de efeito dominó, cascata, roda-gigante pelo mundo. No fim do ano passado, começou a girar a Rio Star, Made in China, com 88 metros de altura, funcionando todos os dias das 10 às 18 horas, com ingressos vendidos por R$ 49, e proibida para menores de 12 anos. As tradicionais cadeirinhas converteram-se em 54 gôndolas climatizadas com capacidade para oito pessoas e são todas feita de aço e acrílico. Mas veio o coronavírus, e a roda, novinha em folha, provisoriamente, deixou de rodar.

Na nova onda das rodas-gigantes, chegando as tais de rodas-gigantes 2.0. E por enquanto, a maior de todas é de Las Vegas, com 168 metros de altura. A de Londres tem 135 m, e a do Rio 88 m. Está prevista para este 2020 a roda das rodas-gigantes, na Exposição Mundial de Dubai.

Com 201 metros de altura, quase três vezes a do Rio, a Ayn Dubai – décima letra do alfabeto Árabe –, assim, o Olho de Dubai, superando a até então maior de todas, a Singapore Flyer, com 185 metros. 49 cápsulas autônomas, com a capacidade total para 1.400 passageiros simultaneamente. Todas as cápsulas com 100 metros quadrados de espaço e em vidro duplo.

É isso amigos. Todos redescobrindo as rodas-gigantes, e tentando se encontrar num mundo acelerado que não para de girar, e assim permanecerá pelos próximos anos, talvez décadas, até as portas se abrirem e os atuais 8 bilhões de pessoas, finalmente, desembarcarem no Admirável Mundo Novo…

Enquanto isso, diante da pandemia, e com as rodas-gigantes paradas, todos no embalo e no bordão do velho guerreiro… “Roda, roda, roda e avisa, um minuto de comercial… Alô, alô, Terezinha… Era um barato a Discoteca do Chacrinha…”.

Mas, superado o trágico comercial da pandemia, de novo, e para a alegria e felicidade de todos, a vida e as rodas-gigantes resgatando o movimento. Um pouquinho só de paciência. Vamos superar.