Os coachs dormem. Os motivadores bocejam. Os ex-executivos que montaram cursos de como vender cursos ainda não postaram nada. Os que ensinam sobre inovação sempre citando a Apple, Tesla e Amazon ainda estão distantes da quinta à noite.

Segunda de manhã não é para amadores. Segunda de manhã é cruel. Ela clama por vendas. Conversão. Números. Criatividade e inovação. Não entenda errado. Não estou falando de robôs. Nem de desbloquear o código. Sequer de um novo e revolucionário produto.

Estou falando daquelas reuniões difíceis do início de semana. Que pressionam a equipe de marketing para aumentar a geração de leads sem aumentar o CAC (Custo de Aquisição de Clientes). Estou falando de reuniões que estudam margem para decidir uma nova campanha de canais. Reuniões de pauta.

Curioso momento do nosso mercado de comunicação digital e tecnologia. Tempos de lançamentos do Musk, carros que andam sozinhos, foguetes que voltam sozinhos, Marte é logo ali, empresários sob ameaça constante da IA, do metaverso (oi? O que era isso mesmo?), da NFT, do blockchain, bla-bla-blá.

E a reunião segunda de manhã segue tensa buscando saídas para o aumento do investimento em palavras-chave, dos ads, da Meta, do TikTok, da necessidade de achar saídas para produção de conteúdo, site etc.

Semana passada participei de uma reunião de análise dos resultados usando pop up na nossa plataforma de automação. Apenas um cliente, shopping online, e apenas no pop up vendeu quase 200 mil reais em iPhones. Pop up. Quem fala ou menciona pop ups em palestras? Se você não usa pop up’s e passa a usar parabéns, você inovou. Pop up é segunda-feira raiz.

Um outro cliente, também de e-commerce, fez 40% das vendas do mês de novembro apenas via e-mail marketing. E falei do pop up, mas nem mencionei o site em si. Os sites sumiram das palestras sobre digital.

Esse cenário todo pode não parecer, mas levou o caos até a cabeça do cliente, especialmente o mercado de micro, pequenas e médias empresas. Esses empresários e gerentes são inundados “entre quinta e domingo” com coachs nas redes sociais falando que se sua empresa não tiver gerente de IA ela vai desaparecer. Que os robôs acabarão com os empregos. Que ninguém mais terá carro e, se tiver, ele será voador e autônomo etc. Chega na segunda-feira de manhã esse empresário médio ou pequeno fica perdido.

A estratégia de presença digital obrigatoriamente passa também pelo site e passa, claro, pelo Instagram e TikTok. Mas também por SMS, WhatsApp e e-mail. Também passa pela mídia out of home e até pelo rádio. Como sempre não tem fórmula, o mundo é complexo definitivamente.

Porém. Porém. Porém. Se o empreendedor, o empresário, o gerente não olhar com muita seriedade para site, e-mail e WhatsApp ele estará abrindo mão da sua inteligência de negócios. Mais do que isso, estará entregando toda a sua base e inteligência sobre ela e o comportamento do consumidor para as big techs, que paradoxalmente cobram cada vez mais caro e entregam cada vez menos.

O site representa a presença independente da empresa no digital. A base de dados e a comunicação direta por e-mail especialmente representam o próprio veículo de mídia da empresa. A ponte direta entre ela e seu mercado e cliente. O relatório sobre essa comunicação representa inteligência sobre seu negócio.

Site. Pop up. E-mail. Número de Telefone. Endereço.

Marte até pode ser logo ali. Mas fica bem, bem depois da próxima segunda-feira.

Jonatas Abbott É CEO da Dinamize