Longe de ser novidade, a palavra “Metaverso” apareceu pela primeira vez em um conto de ficção científica em 1992 e, atualmente, o Google traz mais de 6 milhões de resultados possíveis para o termo. Embora não haja uma definição universal, é uma espécie de ambiente virtual imersivo que busca unir os mundos real e cibernético. A proposta desse novo conceito é dar origem a um espaço onde as pessoas possam interagir por meio de avatares 3D, usando tecnologias como realidade virtual, aumentada e hologramas. Em outras palavras, o metaverso é uma evolução da nossa internet atual para um ambiente colaborativo e imersivo.
O espaço funciona como um portal para outros mundos, onde consumidores e marcas podem testar novas ideias e estéticas – e, de quebra, criar propostas de negócio inovadoras. A Nike, por exemplo, comprou a RTFKT – uma plataforma de moda virtual especializada em tênis digitais. As grifes de moda Dolce & Gabanna, Tommy Hilfiger, Forever 21 e Paco Rabanne desfilaram suas coleções no ambiente totalmente virtual e imersivo. A Coca-Cola lançou uma bebida com o sabor especial inspirado no metaverso, inclusive criaram um blusão no ambiente digital e no mundo real, enviando para influenciadores virtuais e reais para divulgar a novidade.
Nessa atmosfera, a utilização dos avatares ou influenciadores virtuais está crescendo – uma criação digital e fictícia, em primeira pessoa, com visão de mundo e características comuns às pessoas reais. Os avatares dão cara e personalidade às empresas e aos influenciadores reais, humanizam o contato e constroem uma relação próxima e sólida com consumidores.
Pela capacidade de desenvolver uma comunicação mais humanizada, esses perfis são uma aposta das grandes companhias para estabelecerem diálogo com seus públicos e elas têm investido em peso criando seus personagens, como é o caso da Lu do Magalu, CB das Casas Bahia e Nat da Natura.
O influenciador real pode se destacar ultrapassando o modelo tradicional, trazendo inovação com a tecnologia envolvida e desenvolvendo o seu próprio perfil virtual, como fizeram Nyvi Stephan que criou a Nalla, sua “irmã virtual”, primeira apresentadora gamer do metaverso. Sabrina Sato, Lucas Rangel, Paris Hilton e Blackpink estão entre famosos que criaram suas versões digitais. A gama do que poderão explorar é imensa.
Não podemos prever ao certo em quais direções o ambiente virtual do metaverso (que ainda não é real em sua totalidade) tomará. Teremos décadas pela frente até atingir o seu verdadeiro potencial. Existe uma ampla possibilidade de exposição, tecnologia avançada e negócios para empresas e pessoas, onde elas poderão interagir umas com as outras, trabalhar, estudar e ter uma vida social por meio de seus avatares, tornando-se a cada dia mais uma internet incorporada: em que em vez de apenas visualizar o conteúdo. As pessoas fazem parte deste universo e, sem elas, ele deixa de ter sentido.
Rodney Pereira é head de planejamento da BR Media Group