O que me move são as pessoas.

Gente com histórias, com repertórios diferentes, com trajetórias únicas.

Gente com quem dá pra trocar ideia, aprender, se surpreender.

Comecei a trabalhar cedo, numa época em que o mundo era outro. Sem celular, sem influenciador, sem rede social — e com uma internet que nem se compara à de hoje.

Talvez por isso, desde o começo, eu tenha entendido que o mais valioso de tudo é a troca. A troca real, olho no olho, sem filtro nem algoritmo.

A vida me ensinou que conexões verdadeiras são a base de tudo.

Que escutar com atenção, perguntar com curiosidade e estar aberto ao outro pode nos levar a lugares que a gente nem imaginava.

E que cada pessoa que cruza o nosso caminho traz algo que pode nos transformar — uma ideia, uma visão, um jeito novo de ver o mundo.

Com o tempo, fui descobrindo que minha maior inspiração — e também meu maior talento — vem justamente do privilégio de estar cercado por pessoas.

Gente criativa, artistas, produtores, pensadores, realizadores.

Pessoas com vivências muito diferentes das minhas, com repertórios que me tiram do lugar-comum e me desafiam a sair do automático.

E o mais bonito disso tudo é ver como essas histórias, tão diferentes entre si, se encontram, se misturam e criam algo novo — algo que nenhum de nós faria sozinho.

Sempre acreditei que a diversidade — de ideias, culturas, experiências — é o que realmente alimenta a criatividade.

É o que dá alma aos projetos, profundidade às narrativas, verdade às campanhas.

Criar, pra mim, nunca foi só sobre estética ou inovação. É sobre gerar sentido, tocar pessoas, provocar reflexão.

E nada disso acontece sem diversidade, sem troca, sem presença.

Cada encontro tem um potencial enorme.

Quando a gente se permite estar de verdade, ouvir sem pressa, trocar com abertura, surgem novas formas de pensar, de sentir, de agir.

Às vezes, um papo rápido no café vira um estalo criativo.

Às vezes, uma conversa informal muda tudo: uma ideia, uma crença, até um caminho de vida.

É nesse terreno fértil das relações humanas que, pra mim, nasce a verdadeira inspiração.

Não sou do tipo que se inspira em grandes discursos ou frases de efeito.

Eu me inspiro nos bastidores, no intervalo das reuniões, nos silêncios que dizem mais que palavras.

Eu me inspiro em quem erra e tenta de novo, em quem muda de rota com coragem, em quem transforma a própria história em movimento constante.

Eu me inspiro em quem é de verdade — mesmo quando isso significa estar vulnerável.

Talvez por isso, meu papel como gestor de talentos me entusiasme tanto.

Ver alguém crescer, se desenvolver, encontrar sua voz, tirar uma ideia do papel — tudo isso me alimenta.

Gosto de acompanhar os processos de perto, de ouvir com atenção, de ajudar a conectar pontas que ainda estavam soltas.

Mais do que liderar, gosto de inspirar.

Gosto de ver as pessoas florescerem, cada uma à sua maneira, com seus ritmos e suas escolhas.

Costumo dizer que minha rede é meu maior patrimônio.

E não falo isso com tom estratégico, como se fosse uma planilha de contatos.

Falo porque são essas conexões humanas que me mantêm em movimento.

Que me inspiram, que ampliam meu olhar, que me lembram — todos os dias — por que escolhi trabalhar com criação, com narrativas e com sensibilidade.

No fim das contas, o que me inspira é isso:

A potência humana.
As trocas verdadeiras.
O afeto nos detalhes.
A coragem de ser quem se é.
E a beleza que existe em cada história compartilhada.

Thiago Balma é sócio-fundador da Balma Fims