Em um meio no qual tudo é movimento, é comum acompanhar as constantes mudanças, evoluções e atualizações do mercado digital. Cada época traz seu tema: social, mobile e vídeo, entre outros. Do jeitinho brasileiro, absorvemos essas transformações e aos poucos as mudanças também acontecem por aqui.

O “boom” atual do semestre no Brasil é o tema do HTML5. Em junho deste ano, foi anunciado pelo Google Chrome o bloqueio – válido desde o início de setembro – a anúncios produzidos em Flash. Vale a pena ler o texto do IAB Brasil ao mercado publicitário sobre essa importante mudança (Carta aberta HTML5).

A definição do HTML5 como formato padrão aconteceu muito antes de o Chrome anunciar a funcionalidade. Apesar de a tecnologia ser uma tendência não tão nova, finalmente o mercado está se movendo para acompanhar essa evolução.

E agora? O Flash morreu? Quais serão os impactos dessa novidade? Costumo dizer que toda mudança traz seus lados positivos, e também negativos.

O lado negativo é que, assim como funciona grande parte das coisas no Brasil, ainda falta preparação do mercado para adequação ao sistema. Tudo é uma questão de planejamento, mas quem disse que cada área consegue acompanhar o cronograma? Quem vai fazer a validação dos anúncios em HTML5?

A mudança dos formatos para HTML5 ajuda em um outro tema muito importante para o mercado: o mobile. Existem mais de 4 mil combinações diferentes de navegadores e dispositivos conectados à internet.

Os anúncios precisam funcionar em todos os dispositivos, de última geração ou não. Como o Flash não é compatível com o inventário móvel, dessa forma, bilhões de impressões eram perdidas a cada mês.

Com quase seis anos de experiência em adserver, pude acompanhar a dificuldade para mensuração de métricas de anúncios no ambiente mobile. Com a tendência da conexão móvel ser cada vez maior, como ficamos limitados aos dados de impressões e cliques?

O Brasil já é o sexto maior mercado de smartphones do mundo, com 38,8 milhões de pessoas com um aparelho móvel conectado à internet.

Atualmente nos deparamos com vários fatores que prejudicam a mensuração de dados nesse meio. Porém, quando browsers de web – Chrome e Firefox – bloqueiam arquivos Flash e os dispositivos móveis da Apple também não suportam arquivos desenvolvidos nesse formato, o HTML5 fica como saída para a veiculação de campanhas display e, por fim, o mercado é forçado a se adequar à nova tecnologia.

O lado positivo é que o HTML5 deve funcionar tão bem em um ambiente mobile quanto em desktop. Isso significa mais métricas, mais dados e, consequentemente, mais resultados.

O IAB Estados Unidos também produziu um guia detalhado para orientar os diferentes players impactados por essa mudança, e seus profissionais, na criação de anúncios nesse formato (Guia HTML5). É muito válido conferir.

HTML5 é considerada a próxima geração do HTML e suas funcionalidades inovadoras o tornam uma alternativa a tecnologias proprietárias como Adobe Flash. Ou seja, podemos considerar que é uma evolução dos anúncios em Flash.

O desenvolvimento correto de anúncios em HTML5 contempla a possibilidade de peças interativas e a contabilização de todas as métricas disponíveis com a utilização de um adserver, seja veiculação em desktop ou mobile.

Vale acompanhar os resultados dessa nova atualização, que deve refletir nos resultados do meio digital nos próximos meses, seja para o lado bom ou para o lado ruim!

Ingrid Louro é team leader da área de Customer Intelligence na Sizmek Brasil e integrante do comitê de Métricas do IAB Brasil