Estudo Accenture Techonoly Vision 2022 identificou quatro tendências principais para a tecnologia

Um levantamento feito pela Accenture mostrou que o "Metaverso Contínuo", espectro que reúne mundos, realidades e modelos de negócios digitalmente aprimorados, está redefinindo o modo como o mundo funciona, opera e interage.

De acordo com a edição 2022 do Accenture Technology Vision, "Encontre-me no Metaverso”, a recorrência da tecnologia e da experiência remodela as empresas para um futuro diferente daquele em que foram projetadas para operar.

Segundo Paul Daugherty, diretor geral de tecnologia e CTO da Accenture, isso ocorre à medida que tecnologias como a realidade estendida, blockchain, gêmeos digitais e computação de borda convergem e nos levam a repensar a experiência humana.

O estudo Technology Vision 2022 identificou quatro tendências principais:

WebMe
O WebMe analisa como a internet está sendo reimaginada. De acordo com a Accenture, os últimos dois anos estimularam as empresas a explorar novos modos de experiência digital e levaram as pessoas a viver virtualmente de uma forma nova. Agora o metaverso está emergindo, conciliando como a internet é projetada com o que exigiremos dela daqui para frente.

Mundo Programável
O Programmable World (Mundo Programável) rastreia como a tecnologia existe nos ambientes físicos de maneiras cada vez mais sofisticadas e projeta como a convergência de novas tecnologias — como o 5G, computação ambiente, realidade aumentada e materiais inteligentes — está mudando a maneira como as empresas interagem com o mundo físico. De acordo com a empresa, em breve será possível "desbloquear um nível sem precedentes de controle, automação e personalização".

Segundo a pesquisa deste ano, 92% dos executivos concordam que as organizações líderes irão ultrapassar os limites do mundo virtual para torná-lo mais real, o que aumenta a necessidade de persistência e navegação perfeitas entre os mundos digital e físico.

O Irreal
O The Unreal (O Irreal), é uma tendência que mostra que os ambientes estão cada vez mais cheios de máquinas que são razoavelmente humanas.

Qualidades “irreais” estão se tornando intrínsecas à Inteligência Artificial e aos dados que as empresas estão usando. Apesar das qualidades que isso pode proporcionar, os lados negativos também existem, como o uso de deepfakes e bots.

Segundo a Accenture, o avanço da IA ocorre à medida que empresas e consumidores deixam de pensar em termos de 'real versus falso' e passam a valorizar o que é 'autêntico' — e isso vale não apenas para o conteúdo e os algoritmos da empresa, mas para a marca como um todo.

Ao todo, 96% dos executivos relataram que suas organizações já estão comprometidas em autenticar a origem de seus dados e o uso genuíno da IA.

A Computação do Impossível
O surgimento de uma nova categoria de equipamentos está fazendo com que empresas de diferentes setores ampliem os limites do que os computadores podem resolver.

Graças a ferramentas como computação quântica e computação inspirada na biologia, as empresas já conseguem resolver problemas que podem ser muito caros, ineficientes e até impossíveis para a computação tradicional.

Para a Accenture, à medida que esses "grandes desafios" passam a ser operações triviais, a forma como as empresas competem, fornecem valor e colaboram mudará radicalmente. Entre os entrevistados, 94% concordam que o sucesso a longo prazo dependerá do uso da computação da próxima geração para solucionar desafios aparentemente impossíveis.

Accenture Metaverso Contínuo
Com o intuito de ajudar as organizações a tirar o máximo proveito dessa oportunidade, a Accenture está lançando o grupo de negócios Accenture Metaverso Contínuo, que será liderado por Daugherty e por David Droga, CEO e diretor criativo da Accenture Interactive.

"Enxergamos o metaverso como algo contínuo, desafiando visões predominantes e mais estreitas. Por isso é importante que as organizações repensem suas formas de agir imediatamente. Do contrário, operarão em mundos projetados por e para outras pessoas", afirmou Daugherty.

Como parte do estudo, a Accenture conversou com mais de 4.600 líderes de negócios e de tecnologia em 23 setores espalhados por 35 países.

Em um primeiro estágio, 71% dos executivos afirmaram que o metaverso terá um impacto positivo em suas organizações, enquanto 42% acreditam que será algo revolucionário ou extremamente transformador.

"Mesmo em um estágio tão inicial, já somos reconhecidos como líderes nos recursos relacionados ao metaverso, com 600 registros de patentes e mais de uma década de experiência", afirmou Droga.

A Accenture também opera seu próprio metaverso, chamado de Nth floor, onde os colaboradores da empresa participam de eventos de integração e aprendizagem imersiva, além de poderem interagir com outras equipes. Para este ano fiscal, a companhia acredita que 150.000 ou mais funcionários novos terão acesso ao metaverso já no primeiro dia de trabalho.

"À medida em que a linha que separa a vida física da digital fica cada vez mais tênue, as organizações têm a oportunidade e a obrigação de construir um metaverso responsável já. É preciso abordar questões como confiança, sustentabilidade, segurança pessoal, privacidade, acesso e uso responsáveis e muito mais. As ações e escolhas de hoje irão definir o amanhã", concluiu Daugherty.