Novos cortes de custos levaram a gigante petroleira a tomar a decisão  de não patrocinar as Olimpíadas Rio 2016, o que colocou a área comercial dos jogos em estado de alerta a menos de seis meses da sua realização. Segundo fontes do PROPMARK, o Comitê Olímpico tentou negociar com outras empresas de energia como Raízen, Cosan e Ipiranga para obter gasolina para a sua frota, sem sucesso. O custo estimado com combustível para movimentar os automóveis fornecidos pela Nissan é de cerca de R$ 60 milhões. Muito possivelmente, o combustível terá mesmo que ser adquirido no mercado, muito possivelmente via pregão eletrônico (leilão). 

Havia expectativa de que fosse fechado um acordo de cerca de R$ 300 milhões, parte dela em produtos, conforme publicado em matéria da Folha na última sexta-feira (19). Ainda segundo a matéria, em breve deve ser anunciado um fornecedor de gás para a pira olímpica. As negociações com estatais não teriam sido fáceis, arrastando-se por vários anos, enquanto os patrocínios de empresas privadas como Nissan, Claro, Embratel, Bradesco e Bradesco Seguros foram fechadas com maior agilidade. 

Em Olimpíadas anteriores, inclusive as de inverno, empresas como Texaco, PetroChina, BP e Rosneft foram algumas das empresas patrocinadoras ligadas ao setor de energia.

“Imagina, politicamente, ‘dar ‘combustível com a empresa precisando faturar desesperadamente? Alguém com sensibilidade ‘brecou’, porque a comunicação certamente estava em outro planeta”, comentou uma fonte da Petrobras que conversou com o PROPMARK.

Este ano a Petrobras tomou a decisão de cortar 30% do seu investimento publicitário anual. Recentemente, anunciou o corte de uma das agências de publicidade que atendem sua conta, a FCB Brasil. Comenta-se que os investimentos em publicidade – que deveriam estar na ordem de R$ 250 milhões – devem ficar em torno de R$ 160 milhões. Também houve cortes da quase totalidade do pacote de mídia junto à TV Globo relativo às Olimpíadas. Segundo fontes do PROPMARK, a comunicação da empresa busca agora ações concretas e não ‘vazias’, para mostrar que a empresa está mudando.  Os patrocínios a atletas olímpicos, no entanto, ao todo 15, foram mantidos.

Tanto o Comitê Olímpico quanto a área da imprensa da Petrobras não deram retorno a respeito do assunto até o fechamento desta edição do PROPMARK.