Raphaella Martins, gerente de negócios Creative X na Meta, será jurada em Glass: The Lion for Change

Representante do Brasil em Glass: The Lion for Change, Raphaella Martins fala sobre como a categoria mostra o quanto a indústria criativa global pode ser uma máquina poderosa de transformação.

“A indústria criativa pode combater estereótipos de gênero e preconceitos. Porém e apenas se escolher primeiro olhar para si e iniciar as transformações a partir da própria forma de existir e atuar no mundo. E isso passa por rever o perfil de quem segue acessando as posições de liderança, de quem segue sendo premiado...”, reflete a gerente de Negócios Creative X na Meta, que faz sua estreia no júri de Cannes.

Pluralizar
Essa é a minha primeira vez como jurada e minha segunda vez em Cannes, onde estive em 2022 em um painel sobre a importância de expandir e pluralizar o que se entende como criatividade. A minha expectativa é dar sequência a esta conversa e a este olhar na dinâmica do júri, na forma como os projetos e iniciativas serão avaliados.

Possibilidades
Quando a gente quebra os muros que foram criados ao redor da criatividade dentro da indústria da comunicação, tirando inclusive da nossa visão de que criatividade vem de uma área apenas, ou de um departamento, a gente expande as possibilidades de se conectar genuinamente com o propósito e desafios de negócio de cada marca. Isso nos permite questionar como a criatividade pode afetar positivamente e autenticamente o setor que aquela marca atua, os tipos de produto ou serviço que ela oferece, a comunidade com quem ela dialoga, quais as tensões que precisam ser quebradas e como muitas vezes fazendo essa investigação com intencionalidade, responsabilidade - com prêmio sendo uma con- sequência e não um fim - podemos usar o processo criativo para transformações profundas e de longo prazo na sociedade.

Raphaella Martins, gerente de Negócios Creative X na Meta (Divulgação)

Conversas urgentes
A indústria criativa pode combater estereótipos de gênero e preconceitos. Porém e apenas se a nossa indústria escolher primeiro olhar para si e iniciar as transformações a partir da própria forma de existir e atuar no mundo. E isso passa por rever o perfil de quem segue acessando as posições de liderança, o perfil de quem segue sendo premiado, a fotografia da ficha técnica dos cases, os bastidores, quem ainda lidera a produção audiovisual de tudo o que consumimos. Sem estas conversas urgentes e desconfortáveis, seguiremos contando histórias rasas e fazendo maquiagem em algo que podemos, sim, mudar profundamente.

Transformação
Nesta categoria é onde podemos através de uma análise séria e criteriosa mandar mensagens importantes para a indústria sobre quais são os caminhos, onde vemos o quanto a indústria criativa global pode ser uma máquina poderosa de transformação profunda quando a gente se compromete com o que é certo, não prioriza o ego e usa de forma intencional e estratégica os grandes volumes de investimento que circulam em nosso mercado.