Estudo da Hibou mostrou que, para a maioria, a economia é o principal motivo; especialista explica como reverter essa queda

Não é de hoje que o mercado de streaming no Brasil vem enfrentando desafios atrás de desafios. E, pelo jeito, pouca coisa mudou, de acordo com pesquisa feita pela empresa de comportamento de consumo Hibou. O principal dado é que 64% dos brasileiros já cancelaram ao menos um serviço de streaming.  

Entre os motivos mais citados, 49% mencionam que cancelaram para economizar, já 29% destacam a perda do hábito de assistir televisão, 16% apontam a falta de qualidade de conteúdo nos streamings, e a falta de lançamentos atrativos: 20% disseram que a ausência de novidades foi determinante para o cancelamento.

O estudo revelou que 45% dos que cancelaram a Netflix a motivação foi por custo-benefício, ao mesmo tempo em que 38% cancelaram porque ficou caro para situação financeira.

Esse mesmo motivo financeiro levou 39% a cancelarem a HBO Max. Já 27% dos que cancelaram a Globoplay, desistiram devido ao catálogo limitado, por exemplo. 21% dos que cancelaram a Apple TV, o fizeram por falta de lançamentos.

Pedro Curi, coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM Rio, explica que hoje, dentro do ecossistema doméstico de consumo de mídia, existem uma grande diversidade, que vão desde a TV linear aberta e fechada  até os serviços de streaming.

Para ele, falar em reconquistar os clientes que cancelaram os serviços passa por uma estratégica única de cada streaming. "É preciso entender o que cada uma delas tem de único", disse. "Não tem como comparar estratégias da TV linear, por exemplo, com o streaming, que trabalha com diferentes nichos", completou.

Ainda de acordo com Curi, o caminho passar por entender cada público e, assim, pensar em diferentes modelos de negócio. "Seja a venda avulsa de conteúdo, a venda mais barata de conteúdo, oferecer novos formatos de assinatura. Pensar pacotes diferentes para públicos diferentes.

Publicidade: rejeição a anúncios em serviços pagos
O estudo mostrou que a inserção de anúncios em plataformas pagas continua sendo um dos principais alvos de críticas dos consumidores: 68% são contra propagandas em serviços assinados, mesmo que sejam sobre conteúdos da própria plataforma.

Apenas 9% veem a publicidade como algo positivo, demonstrando a preferência por experiências sem interrupções.

(Crédito: Foto de Andrey Matveev na Unsplash)