Jordan Belfort, o Lobo de Wall Street (Crédito: Gustavo Merolli)

Jordan Belfort não tem papas na língua. Prova disso é a entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (30) pelo ex-corretor da bolsa norte-americana, que teve sua história contada no filme O Lobo de Wall Street, do diretor Martin Scorsese e estrelado por Leonardo DiCaprio. O executivo está no Brasil para dar um curso promovido pela Gramado Summit.

Segundo o próprio Belfort, ele irá ensinar aos participantes – que desembolsaram R$ 6 mil – o mindset do sucesso nos negócios e vendas. “As estratégias sobre como fechar uma venda da maneira correta”, relata.

O “Lobo” sabe que a Covid-19 mudou a realidade dos negócios. “Antigamente, você vendia pelo telefone e numa pandemia, onde você não vê a pessoa cara a cara, a habilidade de persuadir a distância, seja no telefone ou no Zoom, é ainda mais importante”, explica.

Ao ser perguntado sobre marcas que querem salvar o mundo, Belfort é taxativo: “Absolutamente hipócritas”.

“Tudo isso é uma besteira sem noção. Acho entediante, odeio. Quando empresas começam a se tornar defensoras de causas sociais, paro de comprar seus produtos”, diz.

Mas há exceções. “Se a coisa que você está falando é congruente com o produto que você vende. Tem uma empresa verde que quer se posicionar sobre ser verde? Ok. Se uma empresa vende material anti-bullying e quer falar sobre bullying, eu apoio. Se uma empresa de automóveis que falar sobre Black Lives Matter, eu compro o carro de outra pessoa”, reitera.

“Eu prefiro ter minha própria decisão sobre Black Lives Matter do que precisar que uma empresa de automóveis me diga como devo me sentir sobre isso. Por exemplo, no dia que a Nike contratou Colin Kaepernick, foi a última vez que eu comprei um Nike na minha vida. E não tenho nada contra Colin Kaepernick, mas não preciso que a Nike, uma empresa de calçados, me diga como eu deva me sentir sobre algo. Se você quer ser um ativista, então seja um ativista”, afirma.

“Quando vejo notícias, aí sim quero ver conteúdos desse tipo. A gente precisa parar de misturar negócios e política”, complementa.

Belfort arremata dizendo que só tem “preconceito contra preguiçosos e estúpidos”. “Não ligo para sua cor ou orientação sexual. Se você trabalha duro e é esperto, eu te amo”, afirma.

O executivo também alertou sobre os três pontos essenciais para quem quiser achar um coach verdadeiro no mundo dos negócios. O primeiro é: seu mentor deve ter feito o que propõe a ensinar no mais alto nível. “Mal posso contar o número de pessoas que vendem cursos e livros com coisas que eles nunca fizeram”, relata.

“Segundo: essa pessoa precisa ser acessível para você. Não é porque ela é um grande coach ou mentor que ela não pode retornar suas ligações”, afirma. “E terceiro: Essa pessoa também tem que ser um ótimo professor”, finaliza.

O palestrante também alertou para quais nichos não investiria agora: companhias aéreas e restaurantes.

A imersão exclusiva em vendas com Jordan Belfort acontece na tarde desta quarta-feira, na Sociedade Recreio Gramadense. Serão cerca de 100 participantes. A ideia é reunir executivos de grandes corporações e empreendedores que estejam interessados em aperfeiçoar técnicas de venda e persuasão.

“Mais do que uma palestra, Jordan Belfort vem a Gramado para dar um curso exclusivo em vendas. Isso é um grande marco na história da Gramado Summit. Afinal, estamos proporcionando um conteúdo de extrema qualidade fora dos grandes eixos, o que nos mostra um potencial cada vez maior para transformarmos nossa cidade como referência no bate-papo inovador e empreendedor”, afirma o CEO da Gramado Summit, Marcus Rossi.