João Rezende, presidente Anatel, e Manoel Rangel, presidente Ancine“O setor de TV por assinatura no Brasil é um dos que tem menos processos regulatórios, se comparado com outros”. A afirmação é de João Rezende, presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que conversou com representantes do setor durante a Feira e Congresso ABTA, que acontece no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

O executivo também falou que os players estão avançando no quesito atendimento. “Mas a Anatel não pode deixar de olhar para o consumidor”, afirmou.

A crise econômica que o Brasil passa atualmente também foi assunto. “Não pode culpar a Anatel pelo não crescimento das empresas”, disse João Rezende. “Os instrumentos que a agência tem são poucos para ajudar nessa briga contra a crise”, complementou o executivo.

CRESCIMENTO

O setor de TV por assinatura vinha registrando altas taxas de crescimento e, consequentemente, um aumento no número de consumidores. Para este ano, no entanto, a expectativa não é das melhores. “Nós alcançamos um bom crescimento desde 2010, mas o mercado não vem respondendo ultimamente.

O presidente da Anatel, porém, teme por uma redução no setor por conta do aumento da carga tributária de alguns estados. “Precisamos pensar uma forma de driblar esse aumento da carga tributária de alguns estados, porque vai prejudicar bastante o ingresso de muitas pessoas no mundo da TV paga”, destacou.

O número de clientes das empresas de TV por assinatura parou de crescer em 2015. De acordo com dados da própria Anatel, em maio, por exemplo, o setor registrou a segunda queda mensal – o que acarretou um total de 19,72 milhões de assinaturas antes 19,76 milhões de abril.

O segmento chegou a ter um crescimento de 30% em 2010 e 2011 e dobrou o número de assinantes de 10 milhões para 20 milhões de residências nos últimos quatro anos. Em 2014, o número de assinantes cresceu 8,7% em comparação com 2013.