O dado foi exposto pela pesquisa "Diversidade na comunicação de marcas em redes sociais", realizado pela Elife, Buzzmonitor e SA365
A presença de pretos nas campanhas segue crescendo e atingiu o seu maior patamar desde 2018, segundo a quinta edição anual do estudo “Diversidade na comunicação de marcas em redes sociais", realizado pela Elife, Buzzmonitor e SA365.
Em 2022, 53% das publicidades contaram com pessoas negras, registrando um aumento de 9 pontos percentuais em relação ao ano anterior (44%). O número ainda está abaixo da proporção de negros na sociedade brasileira uma vez que, segundo o IBGE, 56% dos brasileiros se consideram pretos ou pardos.
O estudo, que identifica a presença dos grupos minoritários na publicidade brasileira, analisou 24.606 mil posts no Instagram, Facebook e Twitter, e marcas como Casas Bahia, Benegrip, Dove, Seda e Buscopan foram as que se destacaram na participação de pessoas negras em sua comunicação digital.
A pesquisa também constatou que o público negro desempenha diferentes papéis de gênero, apontando que as mulheres são destaques em peças da categoria Higiene Pessoal e Beleza, Indústria Farmacêutica e Limpeza Doméstica, enquanto homens aparecem mais em varejo, Telecomunicações e Entretenimento. Ambos os gêneros estão presentes em Bens de Consumo e Bancos.
Mulheres, pessoas LGBTQIAPN+ e outras minorias
Além da presença negra, o estudo também observou uma diminuição na presença de mulheres nas publicações em relação aos anos anteriores.
A pesquisa apontou para um predomínio de mulheres brancas, com número de mulheres negras muito aquém daquele registrado pelo IBGE e a completa ausência de mulheres indígenas. A sub-representação também se repetiu para mulheres LGBTQIAPN+, plus size ou com deficiência.
Os grupos LGBTQIAPN+ apareceram em 7% das publicações analisadas, o que representou um percentual menor do que o do ano anterior (8%), e, embora estejam na mesma classificação, pessoas sexualmente diversas não são igualmente representadas.
O levantamento mostrou que os homens cisgênero são maioria no grupo, seguidos de mulheres trans e logo em seguida, mulheres cis. Demais minorias da sigla não surgiram ou não puderam ser identificadas pela pesquisa.
A pesquisa ainda apontou quais foram os segmentos que apresentaram maior participação de pessoas LGBTQIAPN+, que apareceu em 24% peças de Bens e Consumo e 20% de Higiene e Beleza. O estudo apontou também quais são as marcas que possuem peças com a participação de LGBTQIAPN+ maior ou igual à da população, sendo elas Downy; Close-up; Seda e Engov. Já as marcas com maior presença trans são Unilever e Close-up.
Sobre pessoas com corpos diversos, apenas 4% das publicações analisadas contaram com presença de pessoas gordas, sendo que a categoria de Higiene e Beleza foi com maior presença de pessoas plus size em 2022, junto das verticais de Bens de Consumo e Higiene Doméstica. Já as pessoas com deficiência foram as que apresentam a maior disparidade da pesquisa: são 0,8% na representação do estudo contra 6,7% da população brasileira.
Das publicações analisadas pelo estudo, apenas 1,9% das publicações apostam na representação de pessoas idosas, sendo que em 2018, essa número foi de 10%. Enquanto isso, pessoas indígenas estiveram presentes apenas em 0,2% das publicações.
Por fim, as pessoas asiáticas foram a única minoria super-representada, com 3,3% de representação no estudo contra 2% da população brasileira, sendo que as marcas que destacaram essa parcela da população foram Ponto, Unilever, Prime Video, Next e Embratel.