A Apro (Associação Brasileira das Produções Audiovisuais), juntamente com outras sete associações de produtoras e cinema, enviou uma carta aos associados recomendando que as empresas do setor não aceitem propostas de criar, gratuitamente, filmes publicitários elaborados especialmente para concorrer no Cannes Lions ou em qualquer outro festival publicitário.

A carta, que reforça o mesmo posicionamento assumido no ano passado, cita a alta do dólar e o momento recessivo do país como fatores que elevaram os custos de produção. Segundo o texto, esses fatos criaram um “ambiente de negócios onde não há mais como solicitar que pessoas, espaços e equipamentos sejam colocados para trabalhar sem remuneração”. 

A orientação não vale para produção de filmes beneficentes ou filantrópicos encomendado por ONG’s.

Além da Apro, assinam a carta a “Abele (Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais), Acasp (Assistentes de Câmera Associados do Estado de São Paulo), Astim (Associação dos Técnicos em Iluminação e Maquinaria), Siaesp (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo), Sindcine (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual), Sated  (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão de São Paulo) e UDFSP (União dos Diretores de Fotografia de São Paulo)

Confira a carta na íntegra:

“Nesta data as associações abaixo assinadas (ordem alfabética) renovam a recomendação feita em 2015 a seus associados para que não aceitem a utilização de seu tempo nem de seus equipamentos, estúdios e serviços, de forma gratuita, na produção dos chamados “filmes de Cannes” ou para outros festivais publicitários. 

Dentre as razões podemos citar a repentina alta do dólar associada ao momento recessivo do país, que elevaram os custos gerais de produção, criando um ambiente de negócios onde não há mais como solicitar que pessoas, espaços e equipamentos sejam colocados para trabalhar sem remuneração. 

No entanto cabe ressaltar que a cadeia produtiva colabora e continuará colaborando com a produção de filmes beneficentes ou filantrópicos, desde que tenham sido devidamente encomendados por ONG´s ou entidades sem fins lucrativos e que estejam destinados a veiculação gratuita pelas emissoras em campanhas de cunho social. 

Contamos com a compreensão das Agências e Anunciantes, certos de que a medida aqui anunciada continuará contribuindo para o fortalecimento ético e profissional do nosso mercado”.