Quase dois meses após a saída do sócio e advertainment creative director Luiz Tastaldi, a Volcano Hotmind anunciou a chegada de Amaury Bali Terçarolli para o cargo. O publicitário, que por pouco mais de três anos comandou a criação da GNova, agência do Grupo TV1, tem em seu currículo passagens por agências como FCB, Loducca, Lov (onde foi sócio), Carillo Pastores Euro RSCG e Ogilvy & Mather.
Com isso, a produtora – cuja sociedade continua apenas nas mãos dos diretores de cena Giancarlo Barone e Luiz Evandro – quer reforçar mais o conceito de advertainment, aproveitando a experiência criativa de Bali. “Não somos uma produtora convencional. Somos uma produtora que também tem o lado da agência, nos especializando cada vez mais em advertainment – algo que lá fora, inclusive na Argentina, é um modelo de negócios sustentável e já demandado pelos clientes”, explica Barone.
Ele diz que a Volcano, nessa seara, atua de três formas: ou executa um roteiro que chega às suas mãos com o know how do advertainment; ou a agência passa um briefing e esse projeto é criado a quatro mãos; ou a própria Volcano cria um advertainment e leva para a agência. “Esse último caso foi o que ocorreu com a Vivo, que reuniu 40 mil pessoas no Maracanã em um gigantesco flash mob onde as luzes do celular formavam mensagens de incentivo à seleção brasileira, às vésperas da Copa do Mundo de 2010. Levamos essa ideia para a Y&R, uma das agências da marca”, explica.
Outro case de sucesso dentro do advertainment produzido pela Volcano Hotmind foi “Leilão impossível Coca-Cola Zero”, em parceria com a JWT. Em vídeos onde os candidatos provavam que faziam o impossível para conquistar o privilégio de realizar um sonho, uma garota, junto de suas amigas, viveu uma vida de milionária, com direito a balada super exclusiva; enquanto um jovem teve a sensação de andar no bólido de um carro de F1 no circuito de YasMarina, a bela pista que fica em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. “Teve ainda a gravação do DVD da dupla sertaneja Fernando e Sorocaba, na Ópera de Arame, em Curitiba, onde foi realizado o primeiro show com projeção mapeada 3D do Brasil e que rendeu uma matéria de oito minutos no ‘Fantástico’. Uma mídia espontânea sem igual”, ressalta Barone.
Luiz Evandro diz que quando a Volcano começou a apresentar projetos de advertainment, no início de sua operação, há pouco mais de dois anos, ninguém apostava que aquilo daria certo. “Hoje temos cases concretos de como esse tipo de trabalha funciona. E já representa 40% de nossa receita, com 60% vindo da publicidade. Porém, acredito que um dia teremos 100% de nossa atuação focada no advertainment. É questão de amadurecimento do mercado”.
Para Bali, a demanda existe, mas há insegurança por parte dos clientes. “A propaganda na TV está ficando com uma cara igual, parece tudo varejo. Então temos que chamar atenção para projetos não tradicionais, seja uma guerrilha ou um advertainment. É por isso que estamos aqui unindo, em uma mesma empresa, criativos e diretores de cena trabalhando de forma única”, diz. “Nós não temos setores dentro da Volcano. Não há um núcleo para publicidade e outro para advertainment. Pensamos no todo”, completa Barone.
