Loes: achei que não era o momento de aceitar o novo convite

 

Não houve briga, proposta irrecusável ou motivos de saúde para o desligamento de Renato Loes da Dentsu, agência onde respondia como presidente para o Brasil e América Latina desde outubro de 2010.  A partir da próxima semana, quem acumula a presidência para o país é Mario D’Andrea, que chegou à empresa como CCO em novembro último (leia mais aqui).

O real motivo, segundo o próprio executivo, foi a divergência entre uma proposta realizada pela liderança do grupo de origem japonesa e o atual momento e pretensões profissionais de Loes. “Tem gente me ligando pra saber se estou doente!”, comentou, rindo. “Não tem nada disso, felizmente, nem estou saindo para ir para outro lugar. O que aconteceu é que, em novembro do ano passado, me ofereceram o maior posto do grupo na América Latina, de chairman executivo. Por razões pessoais, achei que não era o momento. E diante de um convite desses, não dá para declinar e continuar trabalhando. Então, resolvi sair”, explicou.

Loes ainda não tem destino definido. “Até anteontem, não conversei com absolutamente ninguém. Esperei o anúncio da própria Dentsu para começar a ver as possibilidades. Afinal, ainda estava na empresa”, ressaltou. Ele permanece dando expediente até esta sexta-feira (31), finalizando a transferência de responsabilidades. “Não tenho, de verdade, nada definido, e qualquer coisa que eu disser agora será mera especulação. Comecei a ver as possibilidades ontem, falar com as pessoas. Tenho algumas empresas das quais sou investidor e quero ver como estão funcionando, mas isso não significa que farei algo além disso”, citou. Sobre deixar o mercado, ele não descarta a possibilidade, porém acredita que seja remota. “Gosto muito de propaganda. É o que eu faço há 40 anos”.

Oriundo da área de atendimento, Loes traz em seu currículo passagem por agências como JWT, McCann Erickson, Y&R e Leo Burnet. Na Y&R, ocupou seu primeiro posto de liderança, como gerente-geral, sendo promovido em seguida a copresidente. Chegou à Leo Burnett em 2000, já como presidente, onde se manteve até 2010.