Levantamento da Branddi mostra que golpes com uso indevido de marcas afetam a reputação de marketplaces como OLX, Temu e AliExpress

Um estudo realizado pela Branddi revelou os marketplaces que mais despertam desconfiança entre consumidores brasileiros. A pesquisa, realizada com 500 entrevistados em todo o país, identificou a OLX como a plataforma mais citada (50%) nesse quesito, seguida por Temu (36%), AliExpress (29%), Shopee (29%) e Mercado Livre (28%).

As plataformas de e-commerce que mais geram desconfiança (Divulgação)

Anúncios falsos

A percepção negativa está diretamente relacionada à incidência de fraudes e golpes digitais. 71% dos entrevistados explicam que os anúncios falsos em redes sociais são o tipo de golpe mais comum em seus círculos. Outros formatos recorrentes incluem sites falsos que imitam páginas oficiais (60%) e links maliciosos enviados por e-mail ou aplicativos de mensagens (52%).

Ação fraudulentas que utilizam marcas conhecidas para induzir o consumidor ao erro são caracterizados pelo Procon como formas de concorrência desleal. O órgão tem reforçado alertas sobre a proliferação de perfis falsos e o uso de inteligência artificial para simular campanhas de empresas reais, geralmente com promessas de preços muito abaixo do mercado.

Prejuízo para as marcas

Diego Daminelli, CEO da Branddi, conta que mesmo quando as empresas não têm qualquer relação com o golpe, a percepção do consumidor pode ser comprometida. "Quando uma marca é usada em um golpe, o cliente afetado geralmente associa essa experiência negativa à própria empresa, ainda que ela não tenha sido responsável pela fraude. Por isso, cuidar da presença digital vai além de uma questão técnica: é uma estratégia essencial de gestão da reputação e de confiança", afirma o executivo.

A pesquisa mostra que, para além do abandono da compra, a disposição de recomendar uma marca também é afetada quando o consumidor ou alguém próximo é vítima de um golpe.

41% dos entrevistados destacam que perdem a confiança e fazem questão de alertar outras pessoas após passarem por uma experiência negativa com um golpe. Outros 20% deixam de recomendar a marca mesmo sem saber se ela teve responsabilidade direta.

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Medidas de proteção

Apesar do impacto negativo, o estudo indica que parte dos consumidores está disposta a reavaliar sua percepção sobre as marcas, desde que identifique ações concretas de prevenção e transparência.

Para 53% dos entrevistados, a credibilidade pode ser recuperada com medidas de proteção mais visíveis nos sites. Outros 42% mencionaram a importância de um posicionamento público diante do golpe, e o mesmo percentual apontou o reforço da comunicação oficial como um diferencial.

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"As marcas não podem mais aguardar o problema acontecer para agir. Hoje, o consumidor espera que as empresas estejam atentas, comuniquem riscos e atuem de forma preventiva", finaliza Daminelli.