Publicitário deixa viva uma história para influenciar gerações com sua cultura multidisciplinar, curiosidade e transparência nos negócios
Morre o homem. Ficam suas ideias, postura e o bom exemplo. Roberto Duailibi faleceu no dia 18 de julho aos 89 anos, mas o seu legado está disponível para as novas gerações do mercado publicitário, ele que contribuiu para o arcabouço da atividade desde que iniciou carreira no departamento de propaganda da multinacional Colgate-Palmolive em 1952, com apenas 17 anos.
Quatro anos depois, ingressou como redator na Companhia de Incremento de Negócios (CIN), mais tarde na J. Walter Thompson e McCann-Erickson e, finalmente, na Standard, que posteriormente foi vendida pelo fundador Cícero Leuenroth para a rede Ogilvy & Mather.
Foi como redator que se juntou aos amigos diretores de arte, Francesc Petit (McCann-Erickson) e Jose Zaragoza (J. Walter Thompson), para criar o revolucionário Studio Metro 3 voltado para o universo gráfico, com a participação do especialista nessa disciplina Ronald Persichetti. Ainda com Duailibi como freelancer, o trio consolidou o empreendimento, deixando de lado suas carreiras em agências. Um almoço aqui, outro ali, em 1968 as três letrinhas (DPZ) deram vida à agência que se tornou referência para a publicidade brasileira com um craft que virou sua marca registrada e se espalhou pelas agências direcionadas à criatividade.
A DPZ logo montou um estúdio interno e, mais tarde, um de fotografia para dar vasão à sua produção. Era a época áurea da mídia gráfica, antes dos comerciais para televisão e cinema passarem a disputar espaço com o formato.
Além de Duailibi, Petit e Zaragoza, a DPZ teve como sócio Ronald Persichetti, mas por pouco tempo e com participação menor do que os demais e sem direito a letra na logo. Nas palavras de Flavio Conti, que durante muitos anos foi executivo da agência, “a Santíssima Trindade era imexível”. Conti teve uma participação no negócio após a venda da marca para o Publicis Groupe em 2010, por US$ 150 milhões, que o nomeou CEO da operação.
Outros profissionais de peso do mercado contribuíram para o trio DPZ se concentrar nas questões intrínsecas à marca e seu branding. Daniel Barbará, por exemplo, comandou a mídia e liderava as principais negociações, incluindo as cobiçadas BVs, com os grandes veículos. A parte financeira esteve sob olhar atento de José Negrini. E na criação, reuniu nomes como Neil Ferreira, Washington Olivetto, Camila Franco, Ruy Lindenberg, André Laurentino, Stalimir Vieira, Helga Mietke, Marcello Serpa e Rafael Urenha.
(Foto: Alê Oliveira)
Leia a matéria na íntegra na edição do propmark de 28 de julho de 2025