Divulgação

Do lado de lá da ponte não existirão mais chefes. Líderes sim, chefes, jamais. Nas novas empresas do Admirável Mundo Novo, Plano, Líquido e Colaborativo, todos juntos em um mesmo plano comandados e mobilizados por uma liderança inspiradora à semelhança do que disse, certa vez, Franklin Roosevelt, “O líder trabalha a descoberto, o chefe trabalha encapotado. O líder lidera, o chefe guia”.

Ou Margaret Thatcher: “Um líder é alguém que sabe o que quer alcançar e consegue comunicá-lo”. Ou como dizemos permanentemente a todos os clientes e habitantes do Madia Mundo Marketing: “O líder é aquele que sempre privatiza os fracassos e socializa as conquistas”. E, acima de tudo, “de forma certa ou errada, com brilho ou sem brilho, consegue se comunicar”. Você chefia ou lidera?

Mas de uns tempos para cá, numa espécie de despedida do mundo velho, vivemos uma epidemia de chiefs. São chiefs para todos os cantos e lados. Claro, além dos de cozinha, que continuam sendo fundamentais.

Leio em Época Negócios pesquisa realizada pelo Linkedin entre seus milhões de linkedinners. Numa espécie de cena de horror do mundo velho, mas que ainda estão por aí barbaridades do tipo “Chief Evengelist – responsável pela evangelização dos clientes…”… opa! Pausa obrigatória para comentário.
É bobagem a dar com pau. Quem tem a missão e o dever de conquistar clientes, conseguir a adesão dos mesmos à causa da empresa, e torná-los seus apóstolos e evangelizadores – preachers – é a própria empresa no conjunto de suas pessoas, produtos e serviços, estilo e personalidade. Não existe sedutor no mundo capaz de convencer que merda é ouro.

Mas, tem mais, “Chief Diversity – o que cuida dos preconceitos e discriminações”, o “Chief Inspiration – o que inspira e estimula a criatividade nos funcionários”, ou o “Chief Possibilities – o que passa o tempo identificando oportunidades e novas áreas de atuação para a empresa”, o “Chief Magic – o que, além de identificar oportunidades, detecta tendências”, e o “Chief Enthusiast – é uma espécie de upgrade ou versão turbinada do Chief Inspirtation”… Que Tédio! Enquanto escrevia este parágrafo bocejei dez vezes. Ideia! Sugiro o Chief Bocejo…

As megacorporações viraram um deserto de inteligência, emoção e sensibilidade. Nesse ritmo, nenhuma sobreviverá. Todas virarão dinossauros ou estátuas de sal – para não usar novamente uma palavra feia – de tempos imemoriais e de tanta mediocridade.

Seguinte, galera. Esqueçam organograma. Que é vertical. Pensem em planograma, que é horizontal, e muito utilizado pela turma do trade marketing. Isso mesmo, a maneira como organizam e dispõem os produtos, horizontalmente, nas gôndolas do autosserviço. E o fato de existirem dois ou três níveis não significa hierarquia ou dependência, significa a disposição que melhor impacta nos resultados.

Em tempo, na matéria, um pequeno e injustificável equívoco. Seus autores dizem, na abertura, que “O termo Chief Executive Officer – você conhece ou pelo menos já ouviu falar dele. É o famoso CEO, o presidente de uma empresa”. Não é! CEO é o que tem o comando executivo e operacional da empresa. Presidente preside, como diz a palavra, sem se envolver no dia a dia e na operação.

Isso posto, um único chief e, quando verdadeiramente necessário, o CEO. E basta! Ah, e, claro, os dos melhores restaurantes das cidades, também.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing