Atores se uniram a um grupo de investimentos e compraram 24% das ações da Alpine
Os atores Ryan Reynolds e Rob McElhenney se uniram ao grupo de investimentos que comprou cerca de 24% das ações da montadora Alpine, em um valor aproximado de 200 milhões de euros, o que corresponde a mais de R$ 1 bilhão na cotação atual.
A Alpine, que é a quinta colocada no campeonato de construtores da Fórmula 1 e é representada pelos pilotos franceses Esteban Ocon e Pierre Gasly, aumenta o valor de mercado com essa aquisição, passando a valer 900 milhões de euros, o equivalente a R$ 4,6 bilhões.
"Essa associação é um passo importante para aprimorar nosso desempenho em todos os níveis. A receita incremental gerada será reinvestida na equipe, a fim de acelerar ainda mais nosso plano com o objetivo de alcançar as equipes de ponta em termos de instalações e equipamentos de última geração", explicou Laurent Rossi, presidente da Alpine.
Para a empresa, essa união com o grupo de investidores faz com que o plano inicial de 100 corridas, estabelecido em 2021, seja cumprido. Um dos objetivos também é o de conseguir disputar o título da F-1 num prazo de quatro anos, o que corresponde até 2025.
"A medida que entidades esportivas das diversas modalidades se organizam de maneira a atrair investidores externos garantindo segurança, compliance e outros requisitos de investimentos de empresas tradicionais, pessoas públicas com fama internacional também se interessam em fazer parte e além do dinheiro, trazem consigo a oportunidade de ampliar o valuation de tal investida através de sua capacidade de projeção e promoção”, afirmou Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
"A profunda reformulação por que passou a F-1 desde a entrada dos americanos em seu comando gerou um grande valor agregado a todos os envolvidos na competição, sobretudo às equipes, fazendo com que sua atratividade ao investidor aumentasse substancialmente. Tudo isso ocorre dentro de um contexto onde o mercado americano passou a ser o grande comprador de ativos no esporte, independentemente da modalidade. Por isso, é natural que vejamos mais aquisições deste tipo, pois existem recursos disponíveis, em grande escala, para tais operações", explica o advogado especializado em direito desportivo Eduardo Carlezzo, sócio do Carlezzo Advogados.
Essa não é a primeira experiência dos atores Ryan Reynolds e Rob McElhenney com esporte. Ambos são donos do Wrexham há dois anos, e o investimento no futebol já trouxe frutos. Nesta temporada, o clube conquistou o título da quinta divisão do Campeonato Inglês após 15 anos sem chegar à quarta divisão.
Além de Reynolds e McElhenney, o renomado ator Michael B. Jordan também faz parte do grupo de investidores que adquiriu uma parte da Alpine.
"O que aconteceu no Wrexham é um retrato das possibilidades que um bom storytelling é capaz de gerar. Os dois ajudaram a construir essa camada digital e de conteúdo no Time e os resultados em campo ajudaram, até porque novas receitas surgiram, houve mais investimento e foi criado um circulo virtuoso. Agora, chegam numa F-1 encaixada no binômio 'conteúdo-storytelling', que acabou por ampliar e rejuvenescer a audiência. A série documental 'Drive to Survive' é uma ponta visível desse iceberg de mudanças, capaz de atrair investidores como eles, aderentes a esse novo modelo e claramente motivados para ampliarem seu portfolio de negócios. Todos saem ganhando. Alpine, F-1 e a nova 'dupla dinâmica' dos esportes", aponta Armênio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let's Goal.
(Créditos da imagem: Bing Hui Yau/Unsplash)