Com parcerias com marcas como Itaú, Mercado Livre, Sallve, AFROPUNK, Heineken e Magalu, ARTH conta detalhes sobre o projeto @eolor

Arthur Anthunes ou ARTH, como é mais conhecido, é de Santa Rita de Cássia, no oeste baiano. Criador de conteúdo, jornalista, podcaster e empresário é o fundador, apresentador e rosto do @eolor, que hoje é uma plataforma de entretenimento, notícia e conteúdo digital sobre os mais variados segmentos, como música, cinema, televisão e cultura pop.

Com indicações a prêmios e parcerias com diversas marcas como Itaú, Mercado Livre, Sallve, AFROPUNK, Heineken e Magalu, ARTH assinou contrato com a agência Banca Digital recentemente.

Na entrevista a seguir, ARTH conta um pouco mais sobre o início da carreira com comunicação, o início do projeto @eolor, entre outros assuntos.

Como você começou nas redes?
É interessante porque, com todas as dificuldades, estudei a minha vida inteira para ser engenheiro. Eu venho de uma realidade em que as oportunidades são escassas e nunca imaginei que fosse possível trabalhar com comunicação ou com internet. Nunca vi nenhum exemplo ao meu redor. Tudo mudou em 2020 com a pandemia. Estava me formando e não tinha perspectiva de trabalho. Acho que como todo mundo, comecei a usar mais a internet durante a quarentena e passei a escrever de forma despretensiosa sobre coisas que eu gosto, música, cinema, televisão, sempre dando destaque para produções negras. O tempo foi passando e vi que tinha um espaço para falar sobre cultura pop com esse olhar afrocentrado. Eu sou um homem negro e vi muitas pessoas se identificavam com meus textos musicais sobre Beyoncé. E aqui, ela ocupa um espaço interessante. Comecei minha carreira escrevendo sobre Beyoncé, destrinchando seus álbuns nas redes sociais, compartilhando ideias e fui ampliando para outros grandes artistas negros do mainstream. Um ponto de virada foi quando escrevi um texto no Twitter (X) sobre o legado e o impacto de Elza Soares, e ela viu, me seguiu, compartilhou, me agradeceu e me chamou de ‘my love’. Foi muito emocionante. Depois, a IZA começou me seguir, a Negra Li, Erika Hilton e tantos outros que admiro.

Hoje o perfil @eolor é uma plataforma de entretenimento. Como foi o início desse projeto?
Depois de conquistar audiência no Twitter, comecei a criar também no Instagram. Lembro dos primeiros seguidores e das primeiras publicações. Minha ideia inicial era criar um perfil humanizado de entretenimento, como uma revista, dando destaque para produções negras. Eu queria um nome que fosse curto, que causasse estranhamento, porque na minha cabeça faria as pessoas se lembrarem com maior facilidade e aí surgiu “eolor”, derivado de Éolo, deus dos ventos na mitologia grega, sempre adorei essas coisas. Tinha uma ideia de que assim como o vento de Éolo levava coisas, o meu “eolor” levaria informações. Depois disso, eu mesmo usei alguns conhecimentos de engenharia  para criar meu site. Fiz layout, estratégia de SEO, domínio, hospedagem, seções e, aos poucos, entre erros, acertos e alguns tutoriais no YouTube, fui criando e compartilhando conteúdo. Fiz tudo sozinho e me orgulho disso porque aprendi bastante.

Quais os principais resultados que você já conquistou por causa da plataforma?
O @eolor mudou minha vida completamente. Se antes, pela dificuldade da vida, eu não conseguia me ver como comunicador, agora só consigo me ver assim. Foram conquistas e resultados em diferentes cenários. Do ponto de vista profissional, cresci bastante, conquistei espaços, parcerias, e desenvolvi minha marca do zero. Hoje posso dizer que o @eolor é um dos maiores perfis de entretenimento do Brasil. Já fui eleito um dos jornalistas negros mais influentes da internet, já recebi indicações a prêmios, me chamam para fazer palestras, mas o que me deixa mais feliz é receber mensagem de estudantes, em especial estudantes negros ou de adolescentes dizendo que se inspiram no meu trabalho e em minha trajetória. É surpreendente e um verdadeiro sonho, quando vejo nomes como IZA, Hugo Gloss, Negra Li, Marina Sena, Duda Beat, Tatá Werneck e tantos outros famosos compartilhando e interagindo com meu trabalho. Quando vejo que as empresas querem trabalhar comigo porque confiam na minha escrita, no meu roteiro, na minha ética e imagem, é emocionante. Uma vez, Ludmilla me mandou DM convidando pro Numanice, chorei tanto de emoção. Já fiz trabalhos e parcerias com Itaú, Mercado Livre, Sallve, AFROPUNK, Heineken, Magalu e tantas outras marcas que admiro. Acho que o principal resultado é ter essa percepção de que construí minha carreira com muito esforço, baseando meu trabalho em originalidade, representatividade, ética, compromisso e responsabilidade.

Com indicações a prêmios e parcerias com diversas marcas, ARTH assinou contrato com a agência Banca Digital recentemente (Foto: Vinicius Marques)

Como você enxerga a relação entre a sua origem e o seu trabalho atual? Quais os impactos?
Essa é uma pergunta tão importante porque o @eolor é uma extensão de quem eu sou, do que acredito, por isso que tem meu rosto no perfil. Porque para além da humanização e senso de proximidade com quem me segue, é também um reflexo do que acredito e das dificuldades que passei para chegar até aqui. Sou um homem negro, gay e nordestino. Sei como é difícil acordar e não ter certeza se haverá comida, pois vivi isso com minha família durante muito tempo. Já morei em casa de barro, barraco de lona, precisei sair de casa com 15 anos de idade para conseguir melhores oportunidades de estudo, trabalhando e lidando com as dificuldades do mundo desde cedo. Sempre vi a educação como a única ferramenta capaz de mudar minha trajetória e foi isso que aconteceu. Inevitavelmente, por mais que eu trabalhe com entretenimento, esses temas permeiam minha percepção de mundo. A negritude ocupa um espaço muito importante em meu trabalho. Desde o início eu me propus a criar uma plataforma com um olhar cuidadoso para a comunidade negra, por isso, hoje, meu público é majoritariamente negro, porque esse senso de identificação aconteceu e sempre acontecerá.

Recentemente, você assinou contrato com a Banca Digital. Como foi esse processo?
Assinei contrato com a Banca Digital em março deste ano e o convite veio a partir de Murilo Henare, que é CEO da agência. Foi um sonho que se tornou realidade e um processo super respeitoso e ético. Durante toda a negociação, eu senti  um acolhimento incrível e um desejo de crescimento de ambas as partes. Nessa indústria difusa que é a internet, marcada por números e busca desenfreada por engajamento, senti que a Banca Digital priorizou a qualidade do conteúdo que ofereço e o ambiente seguro e saudável que construí ao longo dos anos. Isso me deu confiança. Sou muito grato ao Murilo porque pela primeira vez eu senti que meu trabalho estava nas mãos de pessoas alinhadas com o tipo de conteúdo que crio. Sempre ligados no que é tendência e como isso pode ser incorporado de forma orgânica na produção e na conexão com marcas.

Quais as principais mudanças que ocorreram depois de assinar com a Banca Digital?
A principal mudança foi que eu consegui voltar minha atenção para a produção de conteúdo, deixando toda a parte de negociação com marcas e clientes com a Banca Digital. Isso ajuda muito porque me dá espaço para pensar em estratégias de crescimento. Mais do que isso, a Banca Digital me ofereceu suporte em diferentes cenários, me ajudando com práticas saudáveis de jornalismo, comunicação e posicionamento estratégico. Nunca antes experimentei esse nível de cuidado e atenção aos agenciados em outra empresa. Tenho total confiança de que a equipe está comprometida em aplicar as melhores práticas para garantir o sucesso dos projetos.

Quais os impactos de assinar com uma agência de publicidade?
Acredito que o principal impacto seja a credibilidade. Uma agência consagrada e inovadora como a Banca Digital me escolher para fazer parte de seu casting é algo grandioso, que ao meu ver, passa uma boa imagem para as marcas e empresas. Além disso, toda a carga de conhecimento, gestão de projetos e economia de tempo são pontos de impacto que considero importantes.

Quais os principais desafios encontrados com o perfil @eolor?
O principal desafio hoje é conseguir crescer de forma saudável, fora dos circuitos de publicações sensacionalistas ou de incentivo ao ódio gratuito. Levei muito tempo para construir uma comunidade segura e pretendo seguir dessa forma mesmo com todas as variações de algoritmo, que também é outro desafio. Nós temos uma média de produção de dez conteúdos por dia, com cuidado em torno do texto, produção de layout, criação de vídeo, imagem, roteiro e edição. Esse preciosismo em torno da criação de conteúdo é algo que considero fundamental e faz toda a diferença para o meu público.

Como você enxerga a relação entre a criação de conteúdo para o perfil @eolor, mercado de influência e o mercado publicitário?
Considero que as possibilidades de publicidade com o @eolor são diversas. Primeiramente, por ser um perfil humanizado, consigo compartilhar meus pontos de vista de forma orgânica com a minha comunidade. Além disso, abranjo de maneira ampla tudo o que é destaque na internet. Assim, tenho a flexibilidade de realizar a cobertura de eventos, apresentar produtos, compartilhar minhas impressões e contar histórias interessantes e positivas. Também posso publicar postagens estáticas sobre as novidades de determinadas marcas, mantendo o conteúdo sempre relevante e interessante. Vejo um futuro muito promissor com o mercado publicitário, pois o @eolor funciona como uma grande vitrine, com enorme alcance e entregas de alta qualidade.

Quais os próximos passos?
Crescimento. Os próximos passos se darão focando em crescimento de maneira saudável e mantendo a qualidade que me fez chegar até aqui. Para o futuro, pensamos em contratar novos profissionais, além de ampliar a presença em outras redes. Também planejamos outros formatos de interação com o público, como podcasts e vídeos longos.