As mudanças têm acontecido numa velocidade muito grande em todos os segmentos, sem exceção. No mercado publicitário a velocidade dessas mudanças tende a aumentar ainda mais, e nós sabemos disso! Os investimentos em comunicação têm mudado bastante e se dissipado em diversos pontos de contato com o consumidor.

Isso tudo tem exposto a dimensão dos desafios dos nossos clientes e, por consequência, está impactando fortemente no tipo e na forma das entregas das agências. Para as agências, essa equação de menos investimentos em mídia e escopo de entregas cada vez mais crescente, não fecha a conta. E isso já está claro para todo mundo.

Além disso, as demandas por entregas cada vez mais consultivas, de inteligência empresarial e estratégicas têm se destacado, pois sabemos que é isso que vai diferenciar marcas, produtos e serviços em meio a tanta competição. Daí a necessidade de mudanças urgentes na oferta de valor das agências, e na forma delas se posicionarem, produzirem e entregarem seus serviços. O foco na inteligência que gera resultado poderá ser, entre as alternativas, a mais efetiva entre as opções que temos para nos diferenciar daqui em diante.

Diante deste cenário, as agências precisam cada vez mais se tornar especialistas nos consumidores-alvo dos seus clientes, viabilizando entregas mais impactantes e efetivas. O talento criativo continua sendo diferencial, mas a visão e a atuação mais estratégica que traduz este domínio de conhecimento mercadológico em inteligência de negócio para seus clientes são a verdadeira diferenciação que as agências precisam promover em todo o processo de transformação.

No final das contas, tudo isso são informações que estamos lendo e nos deparando diariamente. Mas para esta transformação ocorrer na prática, é necessário estruturar processos de mudanças e gerir grupos multidisciplinares de profissionais em várias áreas envolvendo fornecedores e empresas especialistas, todos trabalhando com foco nessa inteligência que se traduz em comunicação que gera mais resultados.

Fica claro, portanto, que sem gestão não há transformação. As inovações não surgem do nada, simplesmente! As inovações surgem de um processo estruturado de análise de problemas, e passam necessariamente por técnicas e métodos até atingirem seus objetivos. Por isso acredito muito que o primeiro passo de qualquer líder em agência seja ampliar o olhar mais profissional sobre sua gestão. Gestão que envolve pessoas, processos, desempenho… e envolve a estratégia do próprio negócio.

Tudo isto precisa receber uma atenção maior daqui para a frente, pois, sem este foco, não se conseguirá encontrar, nem implementar, as alternativas de transformação que toda agência está buscando. O fato é que aquelas que estão optando por aprofundar-se em técnicas e métodos de gestão, bem como investindo na gestão de desempenho que envolve seu principal ativo, que é gente, têm alcançado resultados mais efetivos na visão de relevância dos clientes.

Um maior investimento em gestão vai permitir encorajar a experimentação, o aprendizado e a condução de mudanças ousadas com mobilização e engajamento de equipes que entendam efetivamente a importância e o impacto do que estão fazendo.

É fundamental, também, trocar ideias de como vencer esses desafios. Conhecer experiências que já deram certo, e também as que deram errado, pois todo aprendizado amplia nossas chances de acerto nesse processo de estruturar a transformação das nossas agências. Se você e sua agência já estão seguindo nesta direção, parabéns! Se você está precisando agir mais nesse sentido, não perca tempo. Sem gestão não há transformação!

Daniel Queiroz é presidente da Fenapro (presidente@fenapro.org.br)