O único futuro que construímos é o que imaginamos

Rohit Bhargava, fundador da The Non-Obvious Company, é veterano no South by Southwest (SXSW), festival que neste ano chega a sua 39ª edição, realizada entre os dias 7 e 15 de março, em Austin, no Texas (EUA). Desta vez, ele revisitou conceitos e experiências captadas ao longo dos últimos 15 anos para apresentar ‘7 non-obvious secrets of understanding people to predict the future’, sessão ministrada na tarde desta sexta-feira (13), no Austin Convention Center.

Being uniquely human is the advantage; Identity always shapes beliefs; Winners aren't the same as champions; Easy, obvious answers are a distraction; People and experiences should surprise you;  Meaning comes from intersections; e Undiscovery can be better than discovery são os sete segredos não óbvios listados por Bhargava.

Do “lugar para imaginar o futuro”, o executivo extrai tendências envoltas em um cenário político enfraquecido e propenso a elevar o nível de estresse e ansiedade. “Vício digital, a negatividade dos algoritmos, a epidemia da solidão, o levante da broligarchy, a dianteira dos bots e a queda de natalidade, ou antinatalismo, estão entre as causas de distopias que, muitas vezes, vemos nos livros e filmes que consumimos”, elenca Bhargava.

Rohit Bhargava, fundador da The Non-Obvious Company (Divulgação)

Ele utilizou o bilionário Elon Musk para exemplificar a “broligarchy”, termo que se refere a homens poderosos vistos como amigos. “É preciso descobrir o que está mais a fundo. O único futuro que construímos é o que imaginamos”, certifica Bhargava.

Diante de um mercado que vive tentando antecipar o futuro das marcas, o trabalho de Bhargava pode chegar como um guia para balizar estratégias. “A inteligência artificial não vai substituir humanos, mas humanos com inteligência artificial vão substituir humanos sem inteligência artificial”, reflete.

Respeitar a cultura e tradições é outro ponto importante para entender comportamentos e preservar identidade. Bhargava ainda recomenda que “você seja a pessoa com energia para inspirar outras”, e sugere fugir de obviedades que só atrapalham e desviam a atenção.

Segundo o fundador da The Non-Obvious Company, experiências devem surpreender e rótulos podem ser arrancados a fim de proteger os laços que criamos com as pessoas. “Devemos também estimular a curiosidade”, propõe. Bhargava convida ainda o mercado a repensar suposições. A “não descoberta” pode ser melhor que a descoberta.